Tive a oportunidade de encontrar o ex-árbitro Wilson Souza de Mendonça para um café. O local escolhido: a Casa Derby, dos amigos Ronaldo Câmara e Samuca, chargistas e boleiros. A intenção foi de colocar o papo em dia. Trabalhei com Wilson na TV Globo. Em algumas oportunidades cheguei a dizer que ele sempre foi um árbitro controverso. Por conta do seu rigor. Para mim, Wilson sempre foi o árbitro que tinha ( e tem) um impressionante conteúdo da regra do futebol. E ao aplicar ao pé da letra dentro de campo, causava polêmica.
Assim que pedimos o café, Wilson lembrou que, neste ano, havia feito uma década de aposentadoria. Ele foi o último árbitro pernambucano a integrar o quadro da Fifa. De lá para cá, nenhum outro ganhou esse destaque. Mesmo assim, Wilson Souza saiu de cena sem nenhuma despedida, muito menos homenagem. E mesmo criando alguns hábitos importantes na arbitragem (a colocação das bolas nas laterais das traves para facilitar o recomeço do jogo e o aquecimento no gramado antes das partidas – “Diziam que eu estava me exibindo, mas depois, todos fizeram o mesmo”), jamais assumiu um cargo importante na FPF ou CBF.
“Claro que eu gostaria de assumir algum cargo. Mas ninguém me convidou. Não vou entrar na casa de ninguém sem ser convidado”, diz Wilson. Ainda tem em mente de fazer um curso para arbitragem para mudar o panorama que está aí. Na sua ótica, os árbitros estão sendo “relações públicas” na partida. E também não está gostando nenhum pouco de como a arbitragem brasileira está usando o VAR.
A íntegra da conversa, regada a muito café, está no link abaixo. Vale da uma conferida. Ah, antes que eu esqueça, um conselho: usem um fone de ouvido para facilitar.