Crédito da foto: Bela Azoubel
Chegou a hora H. O torcedor pernambucano vai conhecer hoje o campeão pernambucano 2019. Sport e Náutico entram em campo para a disputa do título na Ilha do Retiro. Rubro-negros e alvirrubros mereceram estarem na condição de finalistas por tudo que fizeram na competição. A última vez que o jogo decisivo do pernambucano aconteceu na Ilha do Retiro foi em 2016 (Sport x Santa Cruz) e a última vez que Leão e Timbu duelaram numa final aconteceu em 2014.
O time rubro-negro tem uma boa vantagem. Conseguiu uma importante vitória sobre o Náutico, na primeira partida, por 1×0, nos Aflitos. Assim, o Leão entra em campo como campeão, já que o empate o favorece. Na atual temporada, o Sport venceu os dois confrontos diante do Náutico (na fase classificatória, bateu o Timbu, por 3×1, na Ilha do Retiro), e ainda tem um grande tabu a ser mantido: o de não perder títulos para o rival alvirrubro desde o hexacampeonato do Náutico, em 1968.
Os dados acima servem como curiosidade para estatísticos ou para quem curte história do futebol. O que vale mesmo para a decisão é a bola rolando. Mesmo assim, vejo o Sport a frente do Náutico na questão técnica. Tem uma equipe mais organizada e com boas opções para o decorrer do jogo. Dificilmente o Sport cai de rendimento quando há mudanças na equipe. A chegada de Guto Ferreira também fez o Leão crescer. O time não perdeu sob o seu comando. Para esse jogo final, o treinador não deve fazer mudanças na equipe que venceu a primeira partida. Seu desafio é mais psicológico: conter a empolgação dos seus jogadores, evitar o já ganhou e blindar o seu atacante Hernane, que foi sondado por algumas equipes.
No Náutico, o técnico Márcio Goiano tem uma missão mais complicada. Como precisa da vitória para ser campeão, vai ter que soltar mais o time, propor o jogo ofensivo na casa do adversário. Por isso, vai ter que fazer mudanças no time que vai a campo. Wallace Pernambucano será o titular. Deveria ter sido na partida dos Aflitos. É artilheiro da equipe, uma referência. Mas ele precisa de algum jogador no meio que arme o jogo. Essa foi a grande deficiência do Timbu na primeira partida. Vejo Danilo Pires com essa característica. Jorge Henrique também pode fazer esse papel. Mas não vem jogando bem desde que retornou ao Náutico nesta temporada.
Márcio tem uma grande parcela de responsabilidade por levar o time até a decisão. No começo da temporada, o Náutico estava desarticulado e com graves problemas defensivos. Ele ganhou apoio da diretoria, tranquilidade para organizar o grupo e deixar o Náutico mais compactado. Não vejo uma estrela no Náutico. Vejo um grupo determinado, confiante e forte. Tanto que passou 18 jogos sem perder. Guto Ferreira também soube comandar o Sport, que não esteve bem no inicio da temporada. Em pouco tempo, colocou seu perfil de líder e o time joga mais vontade de vencer e por ele.
Claro que a vantagem criada na primeira partida dá ao Sport a condição de favorito. Mas em se tratando de um clássico, a decisão está em aberto. Tudo pode acontecer. Afinal de contas, o jogo é jogado.
Ah, arbitragem…. Não poderia esquecer. Mas é bom escrever num parágrafo a parte. Ricardo Marques Ribeiro é o homem do apito. Kleber Lúcio Gil e Alessandro Alves Rocha de Matos são os assistentes. A diretoria do Náutico é que mais está “grilada” com o árbitro. Afinal, na primeira partida, houve um erro que culminou no gol da vitória do Leão. O trio da tarde deste domingo não se envolveu nessa polêmica. Ricardo já foi considerado o melhor árbitro brasileiro em 2014. No ano passado, no entanto, numa partida Santos x Inter-RS, demorou seis minutos para anular o que seria o segundo gol colorado. Assim como na decisão do Estadual, a partida não tinha o árbitro de vídeo.