Após a luta contra o Fluminense, jogadores agradeceram o incentivo que veio das arquibancadas do Arruda
Crédito da foto: Ricardo Fernandes/Spia Photos
Muito se falou do comportamento do Santa Cruz na partida contra o Fluminense, no primeiro confronto entre as duas equipes, no Maracanã, na Copa do Brasil. No Rio, o Tricolor pernambucano assistiu o adversário jogar. A derrota por 2×0 foi lucro. Na partida de volta, no Arruda, a atitude foi outra. O que se viu foi um time aguerrido acreditando que poderia superar a vantagem do adversário. E quase conseguiu o seu objetivo. Com a bola rolando, venceu por 2×0. Nos penais, perdeu por 3×2. Mas o Santa Cruz saiu de campo de cabeça erguida! Sob o aplauso da torcida.
A atmosfera positiva do Santa Cruz já estava bem desenhada antes de a bola rolar. Quase 26 mil torcedores esqueceram a atuação passada do time, muito menor a derrota por 2×0. Fizeram barulho e incentivaram o time desde o começo da partida. Isso contagiou o elenco, podem ter certeza. Mas esse demorou a contagiar o Santa Cruz. Porque o Fluminense começou melhor. O time carioca soube envolver o time pernambucano, especialmente no meio de campo. Talvez a pressão de ter que vencer deixou o time um pouco ansioso. Aos poucos, o Santa Cruz foi se tranquilizando. E teve uma grande chance dos pés de Augusto, que acertou o travessão.
Aliás, Augusto, para mim, fez sua melhor atuação pelo Santa Cruz. Esteve ligado no jogo, participou das principais jogadas ofensivas do Fluminense, e acertou uma bola no travessão no primeiro tempo da partida. Há quem diga que, no lance, ele poderia ter tocado para Pipico, que havia penetrado na área, livre de marcação, de cara para o gol. Mas eu defendo Augusto. Atacante que é atacante, quando fica de cara para o gol adversário, tem que chutar. Foi o que ele fez. Mas a pelota beijou o travessão. Paciência. O Fluminense também teve chances de abrir o placar. Numa delas, Anderson fez milagre e mostrou mais uma vez porque é titular da equipe.
O técnico Leston Júnior havia surpreendido a todos com a entrada de Patrick Vieira no time. O Santa Cruz ganhou dinamismo no meio de campo, setor que mais oferece dor de cabeça ao treinador. Essa movimentação fez o time aproveitar melhor os vacilos defensivos do Fluminense, especialmente por conta da boa jornada de Augusto. Impressionante como se mostrou confiante. Mas quem acertou o gol foi Jô, que não vinha fazendo um bom jogo e balançou as redes. O Arruda explodiu e o time ficou ainda mais aceso. Logo depois, Augusto roubou a bola, avançou, tentou driblar o goleiro Rodolfo, mas não passou. No rebote, Pipico ampliou.
Havia tempo para o terceiro gol. E o Santa Cruz estava melhor no jogo naquele momento. O Fluminense parecia atônito, sem acreditar no que estava acontecendo (fiquei imaginando os torcedores do time carioca, lamentando o fato de não ter goleado o Santa Cruz no primeiro jogo, que foi algo bastante possível). Mas o Fluminense se recompôs defensivamente. E a partida ficou equilibrada até o final. O Santa Cruz foi vivo para os pênaltis. O clima era positivo, mas não deu.
Seria muito importante o Santa Cruz avançar na Copa do Brasil. Financeiramente seria fantástico. Em termos técnicos, também. Mas as circunstâncias do jogo, sinceramente, mostrou a força do elenco coral. O time voltou a jogar bem. E essa sinergia com a torcida…? Foi destaque à parte. Os tricolores foram ao Arruda como se o time tivesse real chances de classificar. Foram visionários. E Leston, hein? Segue com uma moral tremenda no Arruda. Feliz da vida porque está vendo uma evolução no time para a disputa da Série C.