Há quem fique na dúvida: o trabalho das divisões de base serve para fazer times campeões ou apenas para formar jogadores? Já ouvi muitas pessoas dizendo que o foco deve ser a segunda opção. Eu penso que uma resposta está atrelada a outra. Se um clube quer revelar bons atletas, ele precisa aprender a ser campeão desde cedo. E, para isso, é preciso jogar, entrar em campo para disputa de competições. Instigar a fome de títulos desde cedo. Aprender a absorver e subverter as derrotas e também saber vencer. Tudo é aprendizado, amadurecimento.
No futebol pernambucano, são poucas as chances de os clubes oferecerem à garotada a possibilidade de entrar em boas disputas antes de subirem para o profissional. Geralmente, a realização de entrar no time principal acontece de forma prematura e sob a pressão de ter que entrar para resolver. E, nesse caso, muitas vezes se queima um talento que ainda estava em processo de amadurecimento.
Mas o Náutico encontrou uma forma muito louvável para preparar sua garotada. A parceria com o América-PE foi um acerto que merece palmas. O clube cedeu para o alviverde pernambucano praticamente todo time do sub-20, além do técnico Levi Gomes e um preparador físico, para a disputa da Série D do Campeonato Brasileiro. Além de ajudar o América a entrar na competição nacional com um elenco jovem, com vigor e entrosado, o Timbu dá à garotada a possibilidade de ganhar muita experiência.
O Náutico tem uma boa estrutura na sua divisão de base. Vem revelando bons jogadores. Mas, para manter essa sequência e aumentar a possibilidade de ter ainda mais revelações, precisava ter essas disputas. A parceria com o América pode ser o primeiro e importante passo.
Em tempo: o América estreia neste domingo, contra o Bahia de Feira de Santana, no estádio Ademir Cunha, em Paulista.