Tá provado… O Santa Cruz tem duas estrelas que não param de brilhar. Uma está no banco: o técnico Milton Mendes. Com ele, até errado dá certo. Dentro de campo, Pipico, claro. O atacante está numa fase daquelas para deixar o torcedor coral rindo à toa. Contra o Globo, fora de casa, o Tricolor chegou a estar perdendo por 3×1, mas o artilheiro fez o que sabe: gols. E o Santa Cruz arrancou empate com sabor de vitória e moral elevada para pegar o Náutico na próxima rodada da Série C.
Momentos antes da bola começar a rolar, o técnico Milton Mendes foi traído pela fatalidade. Misael se machucou no treino. E assim, seu plano teve que ser modificado. Elias foi o escolhido para substitui-lo. O time coral encontrava dificuldades para jogar. Errando a troca de passes, a equipe pernambucana dava possibilidade para o Globo atacar. Num erro de Alan Dias, o time da casa abriu o placar através de Bambam.
Praticamente na mesma hora, o técnico Milton Mendes resolveu mexer no time. Tirou Elias e colocou Augusto. Mostrou que não teve muita convicção em escalar Elias e, ainda por cima, “queimou” o jogador que saiu de campo chorando. No final do primeiro tempo, Carlos Renato saiu de campo machucado. Cesinha foi acionado para o segundo tempo. E também no intervalo, o técnico Milton Mendes resolveu fazer outra alteração: sacou Alan Dias para a entrada de Daniel Costa.
Tudo bem que Alan não fazia boa partida. Mas foi um risco para o Santa Cruz já ter feito três alterações para o segundo tempo. No entanto, as mudanças surtiram efeito e Dudu empatou a partida. O que faltava ao time coral era ajustar a defesa. E aproveitando dos erros de marcação do time coral, o Globo fez o segundo e o terceiro gols. Um de Negueba e outro de Bambam, que estava numa noite inspirada.
O jogo tava na mão do Globo. Mas jogo na mão é vendaval (me permita a citação, Paulinho da Viola). O time de Natal acomodou-se no placar. Não acreditava na força coral. E na estrela de Pipico. Até quando não faz o gol, ganha de presente. Aos 39, Ramon fez contra, mas a arbitragem assinalou para Pipico. E aos 48, o atacante matou no peito e bateu rasteiro, no canto do goleiro.
A atuação do Santa Cruz não foi daquelas para o torcedor sentir orgulho. Mas pode bater o peito sentir orgulho da valentia. O elenco coral não desiste do seu propósito em campo. Pode ser um time limitado, que comete erros em todos os setores. Mas nunca deixa de acreditar. E é dessa forma que o Santa Cruz vem fazendo uma boa campanha.