Foto: Bela Azoubel/@amoracamisape
Quando o Santa Cruz perdeu para o Treze-PB, por 2×0, no primeiro jogo do returno da fase classificatória da Série C, aliviei para o Tricolor. E com boa razão: o time de Milton Mendes perdeu quando poderia perder. Por mais que o adversário estivesse na parte de baixo da tabela, a derrota serviria para fazer o elenco cair na real, sair da zona de conforto que geralmente a invencibilidade causa (o time não havia perdido sob o comando de Milton) e mostraria melhor suas deficiências. Ok! Mas diante do Ferroviário, em casa, já fica complicado manter o discurso. O Santa Cruz perdeu por 2×0 e não mostrou nenhum motivo para levantar viés otimista.
A diretoria coral fez o que pode para dar moral aos jogadores. Lançou nova camisa, jogou na rede social vídeos para exaltar a paixão dos torcedores e do clube e também para valorizar o novo uniforme. A torcida entrou no clima desde o início da semana. Esqueceu a derrota para o Treze e só falava nessa partida contra o Ferroviário. Mais de 25 mil torcedores compareceram. O gramado já havia melhorado. E até as traves receberam novas redes. Só faltou o Santa Cruz jogar.
A bronca para o tricolores é que enfrentaram um time destemido. Que não está na liderança da Série C à toa. Contra o mesmo Santa Cruz, nos jogos de ida, venceu por 3×0. Contra o Náutico, nos Aflitos, venceu por 1×0. Mudou de treinador, mas não perdeu a postura de saber os seus limites e desafios de jogar fora de casa e contra a torcida do Santa Cruz inflamada. Veio jogar o feijão com arroz: muita marcação e rápidos contra-ataques. Inventou a pólvora? De jeito algum. Fez o que tinha que ser feito. E só precisava de paciência de para aproveitar a oportunidade que apareceria, já que o Santa Cruz iria para o ataque, deixando brechas defensivas.
O Santa Cruz não teve criação no meio de campo. Com Charles à frente da zaga, Milton Mendes escalou Marcelo Mattos como segundo homem, dando liberdade para Daniel Costa chegar ao ataque, formado por Everton, Dudu e Pipico. Não funcionou porque o Ferroviário bloqueou o meio de campo. O jeito foi usar as laterais. No entanto, Cesinha e Bruno Ré não estavam bem. O jogo não fluiu. Melhor postado e com a proposta de jogo mais bem definida, o Ferroviário venceu a partida com gols de Isaac Prado e Mazinho. Em dois jogos contra o time cearense, o Santa Cruz tomou cinco gols e não marcou. E ainda vê o sinal de alerta ser ligado no Arruda.
Sim, o sinal está aceso porque o time começa novamente dar sinais de oscilação. A classificação da Série C está bastante embolada no pelotão da frente. O Tricolor é terceiro, com 16 pontos. Um a mais do que Náutico, Confiança e Sampaio Correia. E não se pode mais perder pontos dentro de casa. São duas partidas consecutivas sem somar pontos e o próximo adversário é o Botafogo-PB, que está em segundo, com 16 (mas, no momento, tem um jogo a menos do que o Tricolor). Não pode desanimar. Nem se acomodar. O Santa Cruz segue vivo. Mas precisa manter a postura de time que quer voltar à Série B.