Confesso que, bem antes da bola rolar no Heriberto Hulsen, eu já tinha uma sensação que o Sport não venceria o Criciúma. Aliás, para ser bem franco: achava que perderia. E acertei. O time da casa bateu o Leão, por 1×0, gol de Foguinho. E justifico minha cisma. O Sport não tem bom histórico jogando fora de casa contra o Tricolor catarinense (já chegou a ser goleado por 5×0 e 5×1, em 1994 e 2002, respectivamente. O Tigre estava repleto de atletas que passaram pelo futebol pernambucano (a lei do ex em ação).
E tem mais: o Criciúma era o lanterna. O Sport sempre dá uma mãozinha a quem está em perigo. Mas acima de todas essas cismas, tem um fato real: o Sport não está jogando bem. O time rubro-negro caiu de rendimento e não está se encontrando desde a volta da Série B. Futebol desorganizado e sem vibração em campo. É aquele time que entra em campo satisfeito demais com o 0x0. Naquelas partidas em que o adversário não tá bem e o Sport abre o placar, pronto, é motivo de sobras para o Leão não mas jogar.
O primeiro tempo foi horroroso. O Criciúma tomou as rédeas da partida como era esperado. Afinal, era o dono da casa que procura desesperadamente uma vitória. O Tigre não vencia há cinco rodadas. Mas o Sport não soube aproveitar esse desespero. A defesa esteve até bem postada, mas o meio campo formado por Ronaldo, Yago e Sammir foi uma lerdeza impressionante. Não marcaram e ainda não fizeram a retomada. Com a bola nos pés, não havia conexão com o setor ofensivo. Por isso, só chegou perto do gol de Luiz por volta dos 25 minutos. E mesmo assim, em finalizar.
O Tigre, mesmo com dificuldades, ainda agrediu. No final do primeiro tempo, três lances assustaram o goleiro Mailson. Em um deles, o atacante Léo Gamalho mandou a bola na trave. Os lances certamente acordaram o técnico Guto Ferreira, que acredito ter dado uma bronca nos seus jogadores e o fizeram tomar providências. O time rubro-negro voltou com mudanças para o segundo tempo. Os improdutivos Ezequiel e Sammir saíram e deram suas vagas para Juninho e Leandrinho.
O Sport melhorou um pouco. Pelo menos imprimiu mais velocidade, o que fez o Criciúma ter cuidados defensivos e não ter tanta liberdade para atacar. E bastou o Leão querer um pouco mais de jogo para criar uma grande chance. Hernane fez um belo lançamento para Juninho, que passou pelo goleiro Luiz e tocar para o gol vazio. Mas a zaga do Criciúma interceptou a bola em cima da linha. Só que o Criciúma na primeira chance clara, fez o seu: Foguinho estufou as redes.
Pronto. Bastou para o Sport se perder em campo. Até que teve chances para empatar. Yuri mandou uma cabeçada no travessão e, no último lance da partida, ele pegou um voleio que Luiz defendeu com os pés. Os lances foram perigosos, de fato. Mas é que eles acontecem mais por falhas defensivas adversárias do que por lucidez do Leão. Eu continuo vendo qualidade no elenco rubro-negro, especialmente se compararmos a essa Série B de baixo nível técnico. Mas o Sport não parece ser um time. E outra: são jogadores que para eles tanto faz se ganhou ou não a partida. Entram em campo para cumprir tabela. O Sport está caindo na classificação porque não se impõe. É preciso do algo mais, superar as limitações para chegar ao G-4.