O Sport é mesmo um caso a ser estudado na Série B do Campeonato Brasileiro. Quando venceu o Bragantino, por 2×1, na Ilha do Retiro, pensei: o time rubro-negro precisa de uma motivação extra para mostrar um futebol competitivo como a competição exige. Veio a partida contra o Figueirense e minha teoria veio à tona de novo: jogou mal, sem força, embora tenha conquistado importante vitória.
Mas contra o América-MG, o Sport foi, mais uma vez, uma equipe sem alma. E tinha a tal motivação extra para não ser. O Coelho vem fazendo uma campanha de recuperação impressionante. Quando pisou no gramado da Ilha do Retiro, estava há dez jogos de invencibilidade. E diante de um Sport anestesiado não sem porque, o time mineiro venceu por 2×0 e aumentou o período de invencibilidade.
O América-MG se encontrou na competição. Muita coisa mudou daquela equipe que o Sport venceu de virada, por 2×1, em Belo Horizonte. O time mineiro chegou a ficar seis rodadas na lanterna. Compactado, o América não deixou o Leão jogar e dominou as ações no primeiro tempo. Criou poucas chances de gols, é verdade. Por outro lado, o Sport praticamente não existiu. E aceitou a inexistência. É justamente essa passividade que deixa o torcedor chateado.
No segundo tempo, logo aos dois minutos, Pedrão abriu o placar para o América. Um prêmio à equipe que estava mesmo determinada em campo. Enquanto o Sport tentava se encontrar em campo, sem os laterais fluírem o jogo e o meio campo pouco inspirado (Leandrinho apagado), a bola não chegava na frente. Marcinho, que foi acionado como titular, foi peça nula. E Hernanes estava zonzo, sem saber para onde ir.
Rapidamente, o América chegou ao segundo gol. E novamente numa bola cruzada na área. Leandro Silva, no primeiro pau, só deu uma casquinha na bola para surpreender Maylson. O Sport só acordou depois do segundo gol. Como pode uma equipe que está na parte de cima da tabela, enfrentando um adversário que vem numa crescente, só acordar para a partida depois de sofrer dois gols? Tem algo errado aí! O time tinha tempo para fazer um gol para incendiar a Ilha do Retiro. Mas esbarrou no goleiro Airton e na ansiedade dos seus finalizadores.
Olhando o elenco rubro-negro, não vejo nada demais. É um grupo que dá para fazer uma boa campanha na Série B e garantir acesso sem muito sustos. Afinal, neste ano, não tem um time diferenciado. Mas a preguiça rubro-negra impressiona. É uma falta de atitude que chega ao ponto de irritar quem quer ver um futebol competitivo.
Tem horas que o elenco não parece ligar para o resultado. Tanto faz como tanto fez empatar, perder ou ganhar. Se continuar assim, fica difícil acreditar num acesso com as próprias pernas.