Por Edgar Caetano
Crédito da foto: Luciano Fotoguia / Federação Pernambucana de Futebol 7
Erivonaldo Florencio de Oliveira Filho sonhou em ser jogador profissional e conseguiu tornar realidade. Chegou a vestir a camisa do time titular do Sport. Mas tudo se despedaçou quando foi fisgado pelo exame antidoping da CBF, numa partida do Leão contra o Paraná, pela Série B de 2013. A vida do ex-volante Naldinho ficou de cabeça para baixo. Na época, o jogador disse não saber que aquela suplementação teria compostos proibidos pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF), mas não titubeou e cumpriu os dois anos de suspensão impostos pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). Só agora que sua vida está tomando novo rumo. E é o esporte que está ajudando a se erguer. Ele defende a camisa do Zitrone, time de Fut7 de Caruaru e que faz boa campanha no campeonato estadual. Com exclusividade, Naldinho conversou com o Blog e falou sobre o caso de doping que custaram dois anos a menos na sua carreira como jogador profissional. “Eu estava em um momento muito bom na minha carreira, com uma sequência de boas apresentações e consolidando meu espaço no Sport. Quando eu recebi a notícia do doping, foi um baque. Momento muito difícil para mim e toda família. Passar dois anos parado é muito complicado para um atleta de futebol. Mas fico feliz em ter jogado no Sport e ter conquistado algumas coisas importantes lá. Sou grato ao Leão da Ilha e a torcida maravilhosa por tudo que fizeram por mim”, contou Naldinho.
Confiram tópicos desse bate papo:
BAQUE E DIFICULDADES
Com a notícia do doping e consequentemente, da punição, todo atleta fica abalado. Não foi diferente com Naldinho. O jogador revelou que pensou em desistir da carreira, mas encontrou motivos para continuar. “Logo no início eu pensei em parar, mas com o passar do tempo, fui reencontrando a motivação para voltar a jogar e dar a volta por cima na minha carreira”, disse.
O PAPEL DA FAMÍLIA
Nos momentos de maior dificuldade, é normal recorrermos à família. Com Naldinho, não foi diferente. Foi seguindo os conselhos de seus familiares que o jogador soube passar pelo período inativo profissionalmente. “O apoio da minha família foi fundamental naquele momento. Todos ficaram muito tristes com a notícia, mas minha família foi um grande porto seguro pra mim, sempre me dando força pra eu levantar a cabeça, que aquilo tudo ia passar e eu ia voltar mais forte”, destacou.
O RETORNO AOS GRAMADOS
Após a suspensão, Naldinho ainda chegou a atuar em clubes como ABC-RN, sendo campeão do Campeonato Potiguar de 2016. Atuou também no Central, pelo Campeonato Pernambucano de 2017 e, no mesmo ano, jogou a Série A2 do Estadual pelo Decisão. Por fim, em 2019, voltou a jogar o Campeonato Pernambucano, dessa vez pelo Flamengo de Arcoverde. Mesmo assim, Naldinho garante que “portas se fecharam” devido ao caso de doping. “Logo quando voltei, o ABC me abriu as portas e graças a Deus eu pude ser muito feliz por lá, tendo mais uma vez bons jogos e conquistando título. Por outro lado, ficar dois anos parado é muito difícil para um atleta que vinha em alto nível, principalmente pela questão física. Mas também sou grato ao ABC por tudo que fez por mim. Infelizmente, depois dessa passagem por lá, mesmo com bons jogos e conquistas, as portas foram se fechando. Muitos discriminam pela questão do doping. É uma questão delicada para um atleta”, lamentou Naldinho.
CHEGADA AO FUTEBOL 7
A partir disso, as oportunidades no futebol de campo foram ficando cada vez mais escassez e foi aí que o Futebol 7 entrou na vida do jogador. Em 2018, Naldinho atuou no Revelação, de Caruaru, que disputou o Campeonato Pernambucano – Agreste. Em 2019, se transferiu para a Zitrone, onde está até hoje e disputou o Desafio Brasileiro de Futebol 7, em Toritama onde conquistou a terceira colocação do torneio, que foi realizado nos dias 10, 11 e 12 de outubro, sendo um dos destaques da competição. “O Fut 7 pra mim apareceu justamente em partidas amadoras e campeonatos regionais no período que estava sem atuar profissionalmente. É uma modalidade que exige bastante da parte técnica e física, é bastante satisfatório jogar Fut 7. Aos poucos a coisa foi criando proporções maiores, com a Zitrone que cresce a cada dia, é um projeto que desde o inicio é feito por amigos, temos a mesma base desde o começo e pretendemos seguir esse pensamento”, enalteceu o camisa 10 da equipe de Caruaru.
Mesmo atuando hoje no Futebol 7, Naldinho deixou no ar que sonha com um possível retorno ao Futebol de campo. “Como falei, o Fut-7 é uma modalidade maravilhosa, exige bastante de qualquer jogador, ainda mais sendo em competições de alto nível como são as que a Zitrone tem participado. Mas a minha praia mesmo sempre foi o futebol de campo, lá me sinto bem mais à vontade para desempenhar meu futebol”, concluiu o jogador.