Foto: Diário de Pernambuco
Sport e Santa Cruz farão, neste sábado, o Clássico das Multidões sem torcida. Quanto paradoxo, hein? Estádio vazio num duelo histórico que tem essa alcunha é triste para quem ama o futebol. Se as duas equipes estão em início de temporada, ainda em processo de montagem das equipes, o que pode atrapalhar o nível técnico da partida, o colorido das torcidas compensava no grito, no incentivo, na paixão.
As duas equipes já fizeram grandes clássicos justamente por esse sentimento do torcedor. Meu amigo Flávio Adriano, em seu Blog, lembrou bem de um Clássico das Multidões que honrou bem o nome. No dia 21 de fevereiro de 1999, Santa Cruz e Sport se enfrentaram diante de um Arruda lotadaço, com clima de final.
Eu estava acostumado a ver clássico com aquela atmosfera em decisões. E olhe lá. Mas o fato do Santa Cruz ter contratado dois jogadores estrangeiros deu um gás danado aquele confronto. O Tricolor havia trazido o zagueiro Almandoz e o volante Mancuso, que era conhecido nacionalmente por ter jogado no Flamengo, Palmeiras e Seleção Argentina. Os torcedores ganharam uma força para acreditar em tirar a invencibilidade do Leão, que não perdia no Estadual desde o ano anterior e lutava pelo tetracampeonato.
Os dias que antecederam aquele duelo foi algo que jamais vi num clássico sem ser decisivo. Era apenas a quinta rodada do primeiro turno. Foi um duelo duro, equilibrado. Mas que contava com o saudoso atacante Leonardo endiabrado. No primeiro lance, procurou agitar a torcida, ao aplicar a bola entre as pernas do badalado Mancuso.
Tecnicamente, a partida não foi lá essas coisas. De um lado, o Santa Cruz, de Givanildo Oliveira, buscando marcar forte para, nos contra-ataques, balançar as redes. Do outro, o Sport, de Júlio César Leal, mais solto, mas sem tanta eficiência ofensiva. A não ser pelas grandes jogadas de Leonardo, que de fato infernizou.
Foi dele a jogada do gol do Leão. O impressionante foi que ele driblou o goleiro Marcelo sem tocar na bola e tocou para Cris abrir o placar. O Santa Cruz empatou já no finalzinho, num chute despretensioso, mas forte, que beijou a trave e estufou as redes do goleiro Bosco.
Um clássico que não sai da memória pela rivalidade e, infelizmente, pela confusão antes de a bola rolar. Confere no link abaixo: