A matemática ainda diz que o Náutico tem chances de escapar do rebaixamento à Série C do Campeonato Brasileiro. Mas o que é a matemática diante da realidade? O que é a matemática diante do emocional dos atletas, completamente nocauteado após a humilhante goleada imposta pelo Novorizontino, por, 6×0, na noite da sexta-feira (14), no interior de São Paulo. Um vexame. Uma atuação digna de pena. O Timbu está no chão e não há forças que o tire de lá.
O Náutico encarou o Novorizontino precisando de um só resultado: a vitória. Então, o que dizer, então, depois do que vimos do time alvirrubro em campo. Foi um nada. Não marcou, não criou, não valorizou a posse de bola, quase não chegou no ataque e quase não ofereceu trabalho trabalho para o goleiro adversário.
Quando o Novorizontino fez 2×0, no primeiro tempo, em duas jogadas de rápido contra-ataque, vi o Náutico atônito e imaginei que o time paulista teria mais facilidades. Não deu outra. No intervalo, o técnico Dado Cavalcanti tirou dois jogadores de marcação, Richard Franco e Djavan, que se não estavam mostrando um primor de futebol, mas pelo menos preenchiam o setor defensivo, para colocar os apagados Kieza e Júnior Tavares.
O resultado dessas mudanças foi o passeio do Novorizontino. O time de Mazola Júnior jogou como se tivesse treinando. Fez o que quis. Mandou mais quatro bolas para as redes e só não mandou mais porque tirou o pé do acelerador. Pobre goleiro Bruno Lopes, o garoto de 20 anos que Dado Cavalcanti decidiu promover sua estreia no profissional justamente numa partida importante, num time esfacelado técnica e emocionalmente. Em 35 jogos da Série B, o Timbu chegou a incrível marca dos 60 gols sofridos. É, disparada, a pior defesa da competição.
O 6×0 é a pá de cal em qualquer otimismo exagerado de querer ver o Náutico na Série B do Campeonato Brasileiro em 2023. A humilhante goleada é fruto de um trabalho melancólico nos bastidores do clube, num eleição conturbada, de uma gestão isolada, de uma montagem de elenco equivocada.