Em 2005, quando atuava como repórter da editoria de Esportes do JC, lancei um desafio para mim mesmo: escrever um livro. Havia acabado de ler Estrela solitária, biografia de Garrincha, escrita magistralmente por Ruy Castro. Encantado por história de personalidades do futebol, fui procurar esse personagem. Quem seria? Quem poderia ter sua vida transformada em um livro? Foi participando do programa Fórum Esportivo, da Rádio Jornal, que pude conhecer pessoalmente Givanildo Oliveira.
Maior campeão pernambucano como jogador, eu não tive dúvidas em escolher o ex-volante do Santa Cruz e Sport como personagem. O primeiro desafio seria convencê-lo a abrir a boca e falar da história da sua vida a um jornalista até então desconhecido. Para minha felicidade, ele aceitou. E eu comecei as pesquisas. Foi nesse processo de vasculhar o passado que eu acabei conhecendo outra figura ilustre: Carlos Celso Cordeiro.
Alvirrubro ferrenho, Carlos Celso era também um apaixonado pelo futebol pernambucano. Ia todos os dias ao Arquivo Público para vasculhar o passado e comer poeira, literalmente. Era uma devoção. Lembro do dia em que ele se dirigiu a mim, de forma muito educada (como sempre foi) e comentou sobre o livro que eu estava começando a produzir (bem informado, já sabia que eu ia fazer a biografia de Givanildo). Com o passar dos tempos, Carlos Celso me ajudou muito na produção do livro e também de outras matérias para os jornais que trabalhei. Vocês não têm ideia do quanto ele era prestativo, atencioso e companheiro.
Carlos Celso morreu em 2016. Sinto bastante sua falta não só como pesquisador, mas também como amigo, que me ligava vez por outra para trocar umas ideias de livros, textos e histórias. Após sua saída de cena, perdemos parte da história do futebol estadual. Para amenizar um pouco essa perda, resolvi criar um quadro no meu canal no Youtube: Histórias do Baú de Carlos Celso. Contando com a colaboração de Luciano Guedes, filho de Carlos Celso, vou levantar algumas histórias do passado, vasculhando no Arquivo Público e comentando no vídeo acima.
E para a estreia, não poderia ser diferente: vou comentar como aconteceu o final da carreia de Givanildo Oliveira como jogador e o começo da sua vida de treinador no Sport, em 1983. A cada 15 dias teremos material novo. O torcedor pode mandar suas sugestões de pauta aqui nos comentários dos posts.