Para começo de conversa, vou logo dizendo: não confio nos clubes pernambucanos em jogos fora de casa. Não sei o que acontece, mas, na maioria dos casos, é uma insegurança tremenda. É um futebol amarrado, sem objetividade. Claro que quem está jogando em casa, tem a obrigação de tomar a iniciativa. E o visitante tem a postura de esperar um pouco como o mandante vai se comportar. Mas geralmente, o que se vê são equipes sem objetividade.
Contra o ABC-RN, seria fundamental vencer. O Náutico perdeu recentemente o título estadual. Jogou com raça o Sport, virou uma partida e foi derrotado nos pênaltis. Saiu de campo de cabeça e erguida e com a certeza de que está no caminho certo. Já o time potiguar, perdeu o título potiguar para o rival América-RN sofrendo um gol no último minuto de jogo. Para o ABC-RN vencer o time seria fundamental para a equipe ganhar fôlego. E talvez esse fôlego tenha faltado ao Timbu. O time potiguar não jogou tanto, mas venceu por 2×0 sem dificuldades.
O Náutico foi a campo desarrumado como se estivesse começando a temporada. Utilizando apenas o lado direito do campo, o time era facilmente anulado quando tentava qualquer investida ofensiva. O time praticamente não fez o goleiro Saulo sujar a luva. Só finalizou nos minutos finais da primeira etapa, mas a essa altura, o ABC já estava na frente do marcador: depois de uma boa jogada no meio, Anderson recebeu na frente, passou por Bruno e tocou mansinho. Esse poderia ter sido o segundo gol se Bruno não fizesse uma grande defesa, aliás, duas num lance só.
A diretoria do Náutico já declarou (aqui mesmo no Blog) que não terá tanta pressa para contratar. Mas acho que vai ser preciso. O time não tem armador. Aliás, pode até ter essa peça, mas não está funcionando. Jorge Henrique tem essa qualidade. Mas não vem colocando em prática. Nessa partida, não entrou em campo, é verdade. Mas mesmo quando entra, não aparece. Até agora, desde que voltou ao Náutico, teve apenas lampejo. Danilo Pires oscila demais. Aí, sobrecarrega Wallace Pernambucano, que tem que buscar o jogo e ainda finalizar. Aí, meu amigo, é bronca.
No segundo tempo, quando o time alvirrubro procurava tocar melhor a bola e pressionar o adversário, o ABC ganhou o segundo gol de presente. Assis deu a bola de bandeja para Rodrigo Rodrigues, que espertamente tocou na saída de Bruno. 2×0 para tranquilizar o ABC. Não havia outra alternativa para o Náutico atacar. E até que pressionou. Saulo trabalhou. Mas foi muito pouco. Sinceramente, o meio campo do Timbu não agrada. Brechas na marcação e falta de lucidez na criação das jogadas. Na frente, só Tiago teve mais participação. Pouco para quem precisava estrear com um bom resultado fora de casa.