Foto: Ricardo Fernandes/ Spia Photo
A vitória do Santa Cruz sobre o ABC-RN, por 2×1, no Arruda, foi uma lição de vida. Um jogo bom de ver, um jogo bom de jogar. Claro que a derrota doeu para o time potiguar. Mas disposição dos atletas em campo, a atmosfera criada pelas duas equipes que precisavam vencer, a empolgação da torcida e a vitória de virada de do Tricolor, nos minutos finais de partida, deram um cenário especial aos mais de 90 minutos de duelo. Um confronto equilibrado e bem disputado nesta Série C, que motiva os torcedores.
O Santa Cruz tinha motivos de sobra para ir para cima do ABC. Foi a estreia do técnico do técnico Milton Mendes. O Tricolor se sentia na obrigação da vitória. Tanto pela necessidade, pois estava na lanterna da competição, quanto pelo fato de jogar diante da sua torcida, que vive na angústia de até então ver o time na lanterna da competição. O tricolor bem que tentou ser ofensivo, mas encontrou o ABC bem postado em campo. Mesmo com um quarteto ofensivo (Everton, Celsinho, Misael e Pipico), o Tricolor não foi tão efetivo no ataque. Embora Everton tenha acertado o travessão.
No segundo tempo, o duelo seguiu equilibrado. Mas com o passar do tempo, a ofensividade tricolor virou pressa. E Milton Mendes viu a necessidade de mudar o panorama da partida. Com apenas 22 minutos, o treinador fez as três mudanças. Era preciso. Só que em boa jogada, o ABC abriu o placar aos 27 minutos. Um baque. Ficou evidente o desespero coral. O time potiguar estava vivo na partida, enquanto o Santa Cruz parecia disperso, como se não acreditasse no que estava acontecendo. Uma derrota nesse momento, numa estreia de técnico e em casa, era um baque incrível.
Mas pouco minutos depois, o volante Anderson Pedra cometeu um pênalti infantil. Pipico foi lá e bateu com categoria, empatando a partida. A torcida coral acordou. O time ganhou a confiança para a reta final do duelo. O Santa Cruz foi persistente. Foi para cima do ABC, buscou o abafa. E nessa pressão, já nos acréscimos, o goleiro Edson chutou o chão e a bola sobrou para Celsinho, na pequena área, estufar as redes. Vitória de virada.
Uma lição de crença: não se pode desistir nunca dos objetivos, mesmo nas situações adversas. Uma lição de solidariedade: o goleiro Edson desabou emocionalmente após a partida. Os jogadores do ABC e também do Santa Cruz foram apoiar o jogador. Levantar a cabeça num momento difícil. E Milton Cruz estreia no Santa Cruz em 2019 da mesma forma como aconteceu em 2016: vencendo de virada. Na primeira vez, bateu o Ceará, por 2×1. Uma história que se repete no seu começo. E a torcida coral espera que o restante também seja vitorioso como foi há três anos.