Foto: Ricardo Fernandes/ @spia photo
Num Clássico das Emoções em que qualquer um poderia vencer diante tanto equilíbrio, venceu quem tinha Pipico em campo. Depois de três empates nos três primeiros confrontos da temporada, o Santa Cruz venceu o Náutico por 1×0, no Arruda, e confirmou a boa fase na Série C. O time coral é vice-líder da competição, com 16 pontos. E vem jogando um futebol aplicado, no melhor estilo Milton Mendes. Já o Náutico está em quinto, com 11 pontos. Foi a primeira derrota do Timbu sob o comando do técnico Gilmar Dal Pozzo.
Eu tinha uma boa expectativa para essa partida por conta das últimas atuações das duas equipes. Santa Cruz e Náutico apresentaram evolução desde que mudaram de comando técnico. Como jogava em casa, já esperava o Tricolor atuando mais aberto. E o Timbu, precisando entrar no G-4, também prometia ofensividade. Nada de surpresa nas escalações. Muito menos na forma de atuar. As duas equipes fizeram o primeiro tempo muito equilibrado. Mas, diante de tanta vontade de atacar, a ansiedade resultou em muitos erros de passe no primeiro tempo.
Para o segundo tempo, Milton Mendes fez uma mudança importante: tirou Alan Dias, que não vinha bem, e colocou o garoto Warley. O time ganhou velocidade e volume de jogo pela direita. Marcos Martins, teoricamente, ficaria mais preso na defesa e Warley atuaria como se fosse um ponteiro. No entanto, Martins manteve sua característica ofensiva. O que seria uma boa para o Náutico aproveitar os espaços. Mas não foi o que aconteceu.
Quem teve a primeira grande chance no segundo tempo foi o Náutico. Num erro de saída de jogo do Santa Cruz, Wallace Pernambucano teve a chance clara. De cara para o gol, mandou para fora. Não fez… veio o castigo. Outro erro na saída de bola. Desta vez, no lado alvirrubro. Fernando Lombardi, saindo pela lateral, inventou de passar para o meio da área, num passe de três dedos. Pipico, ligado, antecipou-se a Camutanga, e deslocou o goleiro Jéferson. Bola na rede.
É isso que me faz gostar das atuações de Pipico. Mesmo se ele não estiver bem (o que não foi o caso no clássico desta noite), o atacante coral está ligado na partida o tempo inteiro. Não desiste da jogada. Vive infernizando a defesa adversária. Movimenta-se o tempo inteiro. Depois do gol, o Santa Cruz ficou mais à vontade e evoluiu. Além de Pipico, Cesinha também fez uma grande partida, se movimentando bem, tanto marcando quanto apoiando.
A vitória faz o Santa Cruz ganhar ainda mais força. É uma equipe que caminha a passos largos para conseguir sua classificação. Principalmente porque os jogadores e Milton Mendes ganharam o carinho e confiança do torcedor, que no início da Série C estava desconfiado. No Náutico, nada de baixar a cabeça. O time não jogou mal. Mas vacilou no ataque, quando Wallace Pernambucano perdeu uma boa chance (num clássico equilibrado, não se perde gol assim) e vacilou também na defesa (Lombardi deu um verdadeiro passe para Pipico). Só resta juntar os cacos e olhar para frente.