Foto: Ricardo Fernandes/@spia photo
Derrota sempre é ruim. E perder para uma equipe que está lá na ponta de baixo da tabela, é pior ainda. Mas uma hora ela aconteceria para o Santa Cruz da era Milton Cruz. E se é para olhar o lado bom dos fatos, o revés diante do Treze-PB, por 2×0, acontece ainda na primeira fase. Ou melhor, na abertura dos jogos de volta da fase classificatória da Série C. Claro que é uma ducha fria na empolgação coral, já que o time não perdia desde o dia 5 de maio, quando levou uma bordoada do Ferroviário, por 3×0. Uma derrota para o treinador ter um raio-X mais real da equipe, já que as mazelas foram mais expostas.
O Santa Cruz não teve Pipico na partida de hoje. Suspenso, o principal jogador do time coral fez falta. Por mais que Guilherme Queiroz tenha se esforçado (foi do seu pé que surgiu o primeiro lance de perigo da partida, num chute forte que o goleiro espalmou), o time perdeu uma referência de um atleta experiente que vive uma grande fase e está com a confiança lá em cima. O time teve bom volume de jogo no começo do duelo, mas faltou quem colocasse para dentro.
A segunda melhor chance da partida foi também do Santa Cruz. Charles cruzou e Alan Dias cabeceou. O goleiro Mauro Iguatu fez outra importante defesa. Mas aos poucos o time da casa foi ajustando em campo, cresceu na partida e abriu o placar. Aos 38 minutos, Vagner chutou sem chances para Anderson. E assim terminou o primeiro tempo. Algo que o Treze queria para ter tranquilidade no segundo tempo.
Ter um atacante inspirado dá aos demais atletas de criação de qualquer a certeza de qualquer investida vai dar certo. Isso, muitas vezes, surte um efeito positivo demais. Instiga uma jogada mais ousada. Pois bem, a ausência de Pipico foi ainda mais sentida na segunda etapa no Santa Cruz. O gol sofrido parece ter amarrado a equipe, que não conseguiu mais criar tantas jogadas. Guilherme Queiroz bem que se movimentou, mas não conseguiu finalizar. Misael foi acionado na segunda etapa e também não resolveu.
O Treze depende muito do meia Marcelinho Paraíba, que não estava naquelas noites das mais inspiradas. Tanto que aos 18 minutos foi substituído por Robson. Mas o senso coletivo da equipe paraibana é que fez a diferença. O time jogou na base do abafa é que fez ter mais a posse que acabou resultando no segundo gol, aos 42 minutos, assinalado por Vágner.
Resultado indigesto para o Santa Cruz, claro. Mas é importante para colocar os pés mais firmes no chão. Saber que a invencibilidade era algo circunstancial e, agora, Milton Mendes tem um perfil mais claro da sua equipe. É trabalhar para deixar a equipe mais sólida e equilibrada para os jogos mais decisivos.