O torcedor do Sport tava chateado com a quantidade de empates na Série B, principalmente daqueles em que o Leão estava com a vitória na mão e vacilava. Nesta noite, contra o Vitória, em Salvador, o rubro-negro pernambucano comemorou o 2×2 como se fosse um triunfo. O time baiano, em crise, conseguiu abrir uma vantagem de 2×0 sem muito esforço. Recuou demais e os pernambucanos empataram. É ou não para comemorar? Sim. Mas é também para refletir.
O Sport praticamente não incomodou o Vitória no primeiro tempo. Começou até dando a impressão que iria ser um visitante indigesto. Teve o domínio da bola no meio de campo, mas sem penetração alguma. Yan teve uma atuação medonha. Errou tudo que fez. O Leão pernambucano ficou travado. Pelos donos da casa, Felipe Gedoz foi o articulador das jogadas. A bola sempre passou por ele. E assim, o Vitória abriu o placar com Anselmo Ramon, diante do gol escancarado, após uma defesa parcial de Maylson.
Para o segundo tempo, o Sport voltou a campo sem Yan. Marcinho entrou em seu lugar. Muita vontade, mas pouca objetividade. O Vitória nem estava tão agressivo assim, mas ganhou um presente do desligado Rafael Thiere. O zagueiro errou feio ao tentar limpar a jogada, a bola sobrou para Wesley, que chutou e ainda contou com a ajuda de Mailson, que não conseguiu segurar.
O 2×0 no placar deu a impressão de que a parada estava resolvida. O torcedor poderia pensar assim, a crônica também. Menos os jogadores do Vitória. O time baiano recuou e deu espaço para o Sport. Que ganhou vida quando Guilherme fez uma jogada manjada: cortou para o meio e chutou colocado, mas com força. Bola no canto. 2×1. O Leão pernambucano acordou e passou a insistir.
Pedro Carmona entrou no lugar de Leandrinho. Acho Carmona lento. O Sport precisava de velocidade. Mas o meia tá mesmo iluminado. Numas das suas primeiras aparições, arriscou um chute e a bola passou “triscando” a trave. E praticamente no último lance da partida, cobrou a falta churveirando, a bola passou por todo mundo e morreu nas redes. Um duro golpe no Vitória, que agoniza na Série B. Mas para o Sport um alívio.
Tecnicamente, eu vejo o Sport bem superior ao Vitória. E se for levar em considera o fator emocional, essa superioridade duplica. O time baiano está mesmo sem confiança. Mesmo assim, o Sport não aproveita a superioridade. Não joga com a força máxima. Tá sempre pisando leve no acelerador. Essa é a cobrança: mais vida em jogo. No entanto, como o time está caminhando para a Série A, as críticas parecem sem sentido. Afinal, o que dizer de uma equipe que só perdeu três partidas na competição?