O treinador de futebol tem o seu dia especial no Brasil: 14 de janeiro. E às vésperas de começar mais uma edição do Campeonato Pernambucano, nada mais justo do que lembrar de um profissional já comandou várias equipes intermediárias do Estado, seja para disputar a Série A1 ou para conseguir o tão sonhado acesso à elite do futebol pernambucano. Estamos falando de Pedro Manta. Atualmente trabalhando no Interporto, do Tocantins, Manta ganhou a fama de ser o “Rei do Acesso” as equipes pernambucanas. E mesmo estando no momento tão distante geograficamente, ele se mantém ligado nas notícias dos clubes locais. Afinal, ninguém sabe o dia de amanhã. E vai que aparece uma nova oportunidade para consolidar sua fama de herói.
O primeiro acesso de divisão de Pedro Manta aconteceu em 1988, sob o comando do América. Depois vieram no Vitória, Araripina, Afogados, Petrolina e, recentemente, o Retrô.
“Quando fui para o Petrolina/Cabense em 2004 comecei a treinar equipes profissionais. Depois, a trabalhar na Segunda Divisão. Em 2009, com a equipe do Araripina, consegui um acesso marcante, visto pela estrutura que tinha a equipe. O grupo era muito bom e o apoio da cidade que foi bastante importante para este acesso”, relembra.
Pedro Manta nunca treinou uma equipe profissional dos três grandes da capital, o máximo foi ser auxiliar e treinar equipes de base do Náutico em 1986 a 1988. Teve passagem pelo Sport na mesma situação em 90 e 96. Pedro foi para o América em 98/99, Unibol em 99, tudo como treinador. Em 2000, voltou para os juniores do Náutico onde ficou até 2004. Dois anos depois, voltou para a Ilha do Retiro, onde foi assistente de Givanildo Oliveira. E com a comissão técnica do Leão, comemorou o acesso à Série A do Campeonato Brasileiro. No total, Manta tem 33 clubes no seu currículo.
“O futebol brasileiro está perdendo a essência por querer imitar o europeu. Claro que o futebol de lá é importante, mas a nossa realidade é diferente. O fator que move meu atleta é outro, a questão financeira é completamente diferente. São essas coisas que você tem que pesar: não é porque a Europa é boa, que será boa para mim. Então, hoje, parece que todo mundo entende futebol da noite por dia, mas cada dia que você estuda o esporte mais se aprende. Eu estudo todo dia e esses “tecnologistas” da bola parecem que inventaram o futebol agora e sabem de tudo”, critica o treinador, se referindo a quem apenas analisa o esporte se baseando em números.
Para Manta, o grande desafio do treinador é ser gestor de grupo. “Então, você tem que ser ético, humilde, agregador, desafiador, saber as horas de dizer sim ou não, puxar orelha do jogador, mas ser amigo do atleta, entendendo o lado externo dele, é algo que eu estou exercitando muito, esse meu lado de gestor, acho muito importante isso em um treinador”, ensina.