Conheci Rafael Soares quando na época em que fui editor do Blog do Torcedor, do Jornal do Commercio. Ele estava à frente do blog Meu Sport. com. Era uma espécie de um fórum para o torcedor rubro-negro interagir sobre o melhor caminho para o clube, seja administrativamente ou para o futebol, de fato. Afinal, todo torcedor é um técnico nesse Brasil varonil. Rafael interagia com aquele monte de mensagens e trocava figurinhas comigo sobre as ações já que o seu blog era parceiro do Blog do Torcedor. O tempo passou e eu reencontrei Rafael no marketing do Sport. E no giro da bola, o homem está no marketing do Santos Futebol Clube. Direto da Vila Belmiro, ele conversa com a gente sobre essa nova experiência e
Quantos anos você ficou no marketing do Sport e qual a sua avaliação do trabalho feito?
RS – Foram dois anos e quatro meses de trabalho no Sport que renderam frutos e chamou a atenção do mercado do marketing esportivo nacional, pois estávamos ganhando alguns prêmios individuais e coletivos, começamos a ser chamados para palestrar nos grandes eventos do país. E isso foi abrindo portas. Saí do Sport e vim para São Paulo trabalhar em outra empresa de Marketing esportivo e com três meses nessa empresa, recebi o convite do Santos.
O que você encontrou no Santos, de positivo e negativo em relação a estrutura no Sport?
RS – O Santos tem uma estrutura administrativa muito profissional e moderna, isso faz com que o clube consiga ter melhores resultados dentro de campo, existe Planejamento Estratégico, Governança, Compliance e todos os mecanismos de controle e gestão. O positivo é que o clube tem uma estrutura política mais enxuga, não existe os VPs e nem os diretores estatutários no Santos, todos que trabalham no clube são profissionais e remunerados, exceto o comitê gestor que é composto por 9 membros, contando com o Presidente e o Vice e decidem apenas os assuntos estratégicos, ficando à cargo dos profissionais a gestão do dia-a-dia do clube. O negativo em relação ao Sport é a estrutura de clube, o Santos não possui clube social, não existem esportes olímpicos, não tem piscina e nem uso do sócio, se restringe apenas à Vila Belmiro e ao futebol.
Quais os projetos que você já colocou em prática no Santos?
RS – Colocamos muitos projetos em prática no Santos, conseguimos todos os recordes de arrecadação já no primeiro ano de trabalho, tanto em patrocínios, quanto em sócio torcedor, licenciamento e etc. Mas acredito que o maior projeto do Santos até agora está sendo o “Santos do Mundo”, que é a nossa campanha Global de internacionalização vem para mudar o clube de patamar, um clube com uma tremenda força global, precisava fazer mais ações internacionais e esse ano estaremos fazendo várias e o torcedor poderá acompanhar tudo no site da campanha www.santosdomundo.com.br.
Mas no âmbito financeiro os dois maiores cases foram no campo da Tokenização de ativos digitais, com o Token da Vila que fizemos com o Mercado Bitcoin, que geramos uma receita de 30 milhões de reais e o comprador pode ganhar na compra dos tokens, quando os atletas que saíram do Santos, mas nós temos os direitos do instrumento de solidariedade da FIFA nos pagarem, e o contrato com a Binance no valor de 10 milhões de dólares, o maior da história do clube, que com ele estamos fazendo o nosso Fan Token e os NFTs.
O que está previsto para essa temporada?
RS – Essa temporada vamos fazer acontecer muitas coisas legais, vamos mudar a operação da loja oficial online, trazendo a gestão para dentro do clube. vamos expandir a rede de lojas físicas, criando a nossa loja conceito em São Paulo, iremos lançar o APP oficial do clube, OTT do clube, novo site oficial, e vamos fazer ações internacionais que iremos surpreender o nosso torcedor
Como você o marketing esportivo brasileiro e, particularmente, o pernambucano?
RS – O Marketing esportivo brasileiro está em franco crescimento, muitos novos players entrando no mercado, muita gente boa entregando bons produtos e grandes negócios estão sendo feitos aqui no país.
Fico feliz de que a matriz está mudando e o departamento de marketing não tem sido mais visto como patrocínio/sócio/redes sociais. Mas sim, como um departamento de inovação e novos negócios.
Já em Pernambuco tenho visto pouca participação nas mesas de debates, nos eventos e nos grandes fóruns do país, a impressão que dá é que está em uma ilha, inclusive ficando para trás dos estados do Ceará e da Bahia.
Ainda existe de forma muito evidente as figuras dos voluntários atuando e pouquíssimo investimento. Uma frase que tenho comigo é que não se deve cortar investimento onde se arrecada, quanto mais grana colocar em um departamento de Marketing, mais capaz ele vai ser de gerar recursos, mas em Pernambuco as estruturas desses departamentos estão muito enxutas, o que faz que as receitas geradas ainda sejam muito tímidas.