Por Felipe Rodrigues*
Os sintomas do apequenamento são visíveis.
Desde do início da década passada, com o advento de se perder títulos pra time sem série(mesmo com permissibilidade de arbitragem e federação) começou a se trilhar um caminho ao apequenamento do clube, a sua perda de identidade e sua total desfiguração como um clube tradicional de garra, raça, gana, vontade, sangue, suor, onde sempre brigou muito, dentro e fora de campo, vide 87. De 2011 para cá o que vemos é uma sucessão de gestões desastrosas, incompetentes, amadoras e de condutas/comportamentos no mínimo duvidosos, estranhos e distantes do que se tem como modelo de boa fé.
Declarações como “A torcida tem que aprender a perder” retrata muito bem a ação sistemática e contínua de desfiguração do nosso clube, de sua cultura e do nosso DNA. Essa orquestração de mais de 10 anos é identificada hoje em ações/declarações sintomáticas de quem faz o clube, seja diretoria, comissão técnica, jogador e até em parte da torcida. Fomos violados contra o Fortaleza e o que vemos de reação de jogador, de treinador, de diretoria?
Ora, já fomos vítima do Juazeirense, não é? O presidente de lá cantou de galo e desdenhou do nosso clube e de todos nós. Jogador diz “fizemos o máximo, infelizmente não tivemos um bom desempenho, não podemos repetir esses erros, mas agora já foi e viremos a chave”. Treinador diz que “está muito satisfeito com o desempenho do time e que o resultado não era o merecido, mas que agora temos que pensar na B”.
Diretoria se omite, cumpre protocolos, mas se mostram também habituados as derrotas. Se banalizou derrotas, perdas de jogos e competições para adversários patéticos, ninguém assume as responsabilidades pelos vexames, pela vergonha, pelos prejuízos à imagem e ao erário do clube. Conseguiram instalar um cultura do derrotismo e do conformismo dentro do clube e isso é passado para todos, dentro e fora do clube, em todos os segmentos.
Debater o dia a dia do clube sem discutir uma retomada de identidade, da volta da cultura vitoriosa e da imagem de raça mística, não iremos a canto nenhum, ficaremos girando em círculos, reféns de momentos cíclicos vitoriosos em meio a vergonhas históricas e nunca retomaremos o prumo. Tudo passa pela mudança radical de modelo de gestão, da geração de novos quadros e de uma visão moderna de estruturação de clube em paralelo com a volta de nosso DNA. Envergonhado, desapontado, triste, chateado, pessimista e com um sentimento de impotência absurdo.
Que o Sport consiga sobreviver ao “Sport”!
*Felipe Rodrigues é sócio patrimonial do Sport Club do Recife.
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