Não tá sendo fácil para quem trabalha nos jogos dos clubes pernambucanos no Campeonato Brasileiro. O sofrimento está grande para conseguir o melhor ângulo para registrar a foto especial que vai para os jornais, portais e blogs. O relato abaixo é de um dos profissionais que está em quase todos os jogos. E tá penando com as determinações de quem organiza a logística dos profissionais. Pediu um espaço para desabafar. Decidi publicar na íntegra. Sem assinatura para evitar algum tipo de represália. Lá vai:
Antes da pandemia, os repórteres fotográficos seguiam um protocolo de imprensa que lhes permitia cobrir os jogos de futebol profissional de todo o país, obedecendo algumas regras, tais como: trabalhar sentado, atrás das placas de publicidade do campo de jogo, em qualquer área do campo, com exceção da lateral onde ficam os bancos de reservas dos times. Veio a pandemia e todas as restrições impostas à sociedade, inclusive a todos os profissionais de imprensa.
Passado esse período de dois anos de restrições severas, a pandemia foi controlada, o público voltou aos estádios, os repórteres fotográficos puderam voltar a trabalhar no campo de jogo, porém, foram surpreendidos com a proibição imposta pela CBF de trabalhar atrás das placas de publicidade localizadas na lateral oposta aos bancos de reservas, área que era autorizada ao exercício da profissão, antes da Covid -19.
Extraoficialmente, representantes da CBF alegam que a TV detentora dos direitos de transmissão dos jogos precisa de uma imagem limpa, sem ninguém atrás das placas, que tire a atenção das mesmas. Mas, a própria emissora que faz essa alegação, posiciona um profissional de sua equipe, trabalhando em pé, na mesma área onde os fotógrafos estão sendo impedidos de trabalhar. Além disso, na mesma área, agora proibida para profissionais de fotografia, se vê policiais e gandulas exercendo suas funções.
Como alegar que só profissionais de fotografia estão tirando a atenção das placas de publicidade, se os mesmos trabalhavam sentados, atrás das mesmas? Outra questão é que, acompanhando as transmissões dos jogos pela TV, percebemos que a imagem da televisão exibe o jogo em plano aberto, na maior parte da transmissão. E, em uma imagem em plano aberto, não há como argumentar que os fotógrafos estão tirando a atenção das marcas dos patrocinadores das competições.
Feito registro… Espero que as entidades cheguem a um acordo para o bem de todos.