Foto: Guilherme Veiga
O empate contra o Novorizontino, por 0x0, no interior paulista, manteve o Sport numa boa colocação da Série B do Campeonato Brasileiro. O Leão é segundo colocado, com 15 pontos. Tá ótimo, né? Para o torcedor rubro-negro, nem tanto. A bronca está no DNA do futebol que o técnico Gilmar Dal Pozzo implanta na equipe, especialmente nos jogos fora da Ilha do Retiro.
Por mais que o treinador use os números da equipe para defender o seu estilo de jogo, ficou claro diante do Novorizontino que, até quando ele ficar na Ilha do Retiro e os ventos soprarem a favor como estão soprando, o Leão vai jogar para não perder. Diante do time paulista, ataque foi coisa rara. E não é porque o Sport não tinha peças ofensivas para jogar.
Everton Felipe estava em campo, Juba também. Jogadores que podem e sabem ter o domínio da bola, que têm qualidade para desequilibrar a partida. A questão está na atitude, na filosofia implantada, na postura em campo. Isso é algo que o treinador implanta. Gilmar Dal Pozzo é assim. Tem esse estilo. O torcedor pernambucano sabe disso desde quando ele foi treinador do Náutico. E está sendo assim no Sport.
Contra a Chape, veio a vitória por conta da bela cobrança de falta de Juba. Mas por boa parte do tempo, o Sport jogou para gastar o tempo e a bola, sem objetividade de jogar, de buscar o gol, de atacar. Contra o Novorizontino, não teve o gol. E durante 90 minutos se viu o time rubro-negro não acertar uma troca de passe. No segundo tempo, então, foi de fazer o torcedor se agoniar no sofá, diante da TV. Nem valorizar a posse de bola. Aliás, a bola parecia queimar nos pés.
Nesse 0x0 chato, mas que precisa ser valorizado (afinal, dos seis pontos disputados fora de casa, o Leão conquistou quatro), a defesa mostrou, mais uma vez, que é o ponto forte da equipe. O sistema funciona bem demais. Até agora, sofreu apenas dois gols, em falhas individuais do bom goleiro Mailson. É, de fato, impressionante. Como também é impressionante o entrosamento da dupla Sabino e Rafael Thyere. Estão jogando muito.
Então, enquanto estiver dando certo, com o time lá em cima, brigando pela liderança, Gilmar dal Pozzo não vai mudar o seu estilo. Quero ver quando precisar mudar. Quando o carrossel começar a girar para a esquerda (como dizia o meu saudoso pai) e os resultados não acontecerem, a pressão aumentar, a cobrança pelas vitórias começarem a tirar seu sono e o empate não servir.
O tempo dirá.