Foto: Assessoria de imprensa do Santa Cruz
A gente nota logo que o futebol está meio atravessado quando vê o Santa Cruz se arrastando numa Série D do Campeonato Brasileiro. E a situação se agrava mais quando uma equipe centenária Tricolor encara o Retrô, um clube recém-formado, que por ter feito uma melhor campanha na competição, era apontado como favorito. Nos dois confrontos entre as duas equipes, equilíbrio técnico. Mas o Santa Cruz levou vantagem no segundo duelo, vencendo por 2×1, graças a raça do grupo e, especialmente, a estrela de Hugo Cabral, que confirmou sendo a melhor contratação do clube na temporada, marcando os dois gols do Tricolor.
O Santa Cruz mostrou que faria o torcedor feliz logo aos dois minutos de partida, quando Hugo Cabral aproveitou bem o cruzamento de Raphael Macena. O gol tirou o peso da ansiedade que pesava nas costas de cada jogador. Nem podemos dizer que a desvantagem no placar mudou a postura do Retrô. Afinal, a partida mal havia começado e o empate não interessava a ninguém. Mas o time dono da melhor campanha da Série D ficou nervoso. Foi ao ataque, mas errava todos os passes.
O Retrô passou até mais tempo com a posse de bola, mas parecia não saber o que fazer com ela. No entanto, nem preciso. A defesa do Santa Cruz deu um ajuda danada. Numa saída de jogo errada, a bola caiu nos pés de Radsley, que acertou um belo chute, no canto esquerdo do goleiro Jéferson. O empate aconteceu por volta dos 28 minutos do primeiro tempo e a partida ganhou uma tensão como se estivéssemos nos acréscimos do segundo tempo. As duas equipes estavam num ritmo alucinante, nervosos e apresentando erros no meio de campo, tanto quando não tinham a posse de bola, como quando tinham.
O Santa Cruz estava com os setores de meio de campo e ataque muito distante de um para o outro. E isso fazia com que o Retrô tivesse mais condições de destruir as investidas dos corais e até ter mais espaço para trabalhar a bola em busca do segundo gol. O Retrô estava um pouquinho melhor na partida porque chegava mais vezes no ataque e arriscou mais nas finalizações. Mas foi o Tricolor que conseguiu desempatar. Com a estrela de Hugo Cabral, que recebeu belo lançamento, e finalizou na saída do goleiro.
O segundo tempo seguiu no ritmo alucinante. Afinal, o Retrô manteve a ofensividade e, logo no recomeço da partida, quase empata. E o Santa Cruz não recuou, buscou o ataque, especialmente pelo lado direito do campo. Aos 16 minutos, o zagueiro Alemão, numa cabeçada quase certeira, mandou a bola na trave. O Retrô teve dificuldades para jogar no ataque. Mesmo com as linhas adiantadas, imprimindo velocidade no meio de campo, a equipe errava na troca do último passe. E quando conseguia o acerto, errava o alvo ou esbarrava no goleiro Jéferson. O time foi no abafa. Viu o Santa Cruz perder Arthur, expulso. Mas não teve jeito. Deu Santa Cruz.
O time coral vai pegar o Tocantinópolis. É uma nova competição que o Santa Cruz tem pela frente. Claro que a torcida coral está feliz da vida por ter se classificado, por ganhar mais oxigênio na luta pelo acesso. Mas espera mais da equipe. O Tricolor tem conseguido os objetivos sem mostrar um futebol mais coeso. Vai na base do empurrão da torcida, peso da camisa. E como força da arquibancada faz a diferença, o Santa Cruz precisa aproveitar bem a primeira partida, no Arruda, para construir uma boa vantagem.