Mesmo com o Palmeiras já levantando o título do Campeonato Brasileiro por antecipação, havia emoção reservada para a rodada final da competição nacional. Eu já estava me preparando para escrever sobre os pontos corridos (apesar de concordar com o formato, tenho uma saudade danada dos mata-matas) e da supremacia dos clubes do sudeste na conquista do título (confere na arte abaixo: só times do Rio, São Paulo e Belo Horizonte ficaram com a taça desde quando começaram os pontos corridos, em 2003). Mas a pauta acabou sendo outra. E vamos a ela.
O Fortaleza de Juan Pablo Vojvoda merece todos os aplausos dos torcedores brasileiros. Vou até resgatar um termo antigo, de 1978, para rotular o Tricolor do Picí como o campeão moral do Brasileirão 2022. O trabalho de recuperação de Vojvoda no Fortaleza, minha gente, foi excepcional. Dividido com a disputa da Taça Liberadores, o time ficou na lanterna da competição nacional por várias rodadas. Virou o primeiro turno nessa situação. Parecia viver uma situação irreversível. Mas o time espantou qualquer previsão negativa.
Com uma equipe compactada, experiente, consciente da sua força, Vojvoda comandou uma virada. Após a eliminação da Libertadores, o Tricolor, em poucas rodadas, conseguiu sair da zona de rebaixamento e foi buscar a vaga na pré-Libertadores. E de forma heroica. Na última rodada, venceu o Santos, por 2×0, na Vila Belmiro. Jogou respeitando o Peixe, mas sem medo. E vaga foi garantida graças também ao VAR, que anulou o gol do América-MG, no último minuto, que daria a vitória ao time mineiro e, consequentemente, à vaga na competição internacional.
O Fortaleza terminou o Brasileirão na oitava colocação, com 55 pontos. Foram 15 vitórias, 10 empates e 13 derrotas. Vai para a segunda Libertadores da história, de forma consecutiva. Um prêmio espetacular para um clube que evoluiu e muito nos último anos. E está deixando o futebol pernambucano comendo poeira. Não seria bom que os dirigentes aqui aceitassem o fato, olhassem para o vizinho e buscassem a mesma trilha? Humildade é tudo, minha gente.
Para finalizar, só mais alguns destaques do Brasileirão. O América-MG, sob o comando de Vagner Mancini, quase belisca a Libertadores. Mas com um elenco sem estrelas, fez uma campanha correta. Já o Atlético-MG foi uma decepção. Com o elenco e dinheiro que tem, o Galo era para ter feito algo bem maior do que a vaga na pré-Libertadores. Bragantino também foi outro fiasco. Com mesmo treinador do ano passado e a base de um time mantida, se arrastou para fica na 14ª colocação. Mas os que se deram mal mesmo foram Ceará, Atlético-GO, Avaí e Juventude que foram rebaixados e vão disputar à Série B.