Depois de decidir pela demissão do técnico Felipe Conceição, a diretoria precisava correr contra o tempo para anunciar o novo comandante da equipe. O escolhido: Evaristo Piza, treinador que, curiosamente, trabalhou no Sampaio Corrêa, substituindo Felipe Conceição. Mas, coincidência à parte, Piza tem um milagre para operar pela frente. Por mais que pregue otimismo e acredite no elenco, a bronca está no ambiente do clube. E isso foge do seu poder de ação.
Piza disse que não foi a questão financeira que pesou a sua decisão de comandar o Santa Cruz num momento tão difícil. E nem poderia ser porque o clube não tem condições de fazer propostas irrecusáveis. Especialmente na situação que atravessa. Para o treinador, estava desempregado, conseguir a classificação será milagre que vai valorizar seu currículo. Se naufragar, não terá o peso da culpa nas costas.
Mas além da pressão de vencer, o Santa Cruz sofre com a sua atmosfera. É muita negatividade. Não vou nem viajar muito no tempo. Torcedor, relembra aí, por favor, quantos treinadores passaram pelo clube no ano passado (na atual temporada, o Santa Cruz chega ao seu terceiro profissional)? Quantos jogadores contratados? E protestos da torcida contra a diretoria e elenco.. quantos fizeram? Na tarde da quarta-feira, um grupo de tricolores tiveram acesso ao gramado durante o treino da equipe. Entraram com mais facilidade do que qualquer sócio. Eu não entendo com qual objetivo?
A atmosfera do Santa Cruz é pesada, negativa. A torcida é quem faz o tom da positividade, lotando o estádio, empurrando time, mesmo sabendo da limitação técnica. Muitas vezes, a paciência se esgota. E o apoio vira vaia, reclamação, xingamentos. Para a partida contra o Potiguar, essa dose de paciência tem que ser maior. Afinal, Piza teve pouco tempo de trabalho. E a conquista dos três pontos é vital.
O Santa Cruz segue entre a cruz e a espada. E enfraquecido.
Lamentável.