Crédito das fotos: Ricardo Fernandes/Spia Photos
Que decisão, amigos! Que final! Um jogo eletrizante. Um Clássico dos Clássicos que já ficou para a história. Os mais críticos podem falar que tecnicamente não foi lá esses jogaços. Mas Sport e Náutico fizeram uma partida em que houve de tudo: duas expulsões, lances polêmicos, três gols, emoção até o último segundo e disputa de pênaltis. Se durante todo Campeonato Pernambucano pouco se viu de emoção, a grande final exagerou na dose. No tempo normal, o Náutico foi valente e venceu o Sport, por 2×1, de virada. Mas na disputa por pênaltis, brilhou o jovem Maílson. Pegou dois pênaltis e garantiu o 42° título para o clube rubro-negro.
O Náutico foi a campo com uma escalação diferente. Na verdade, a formação deste domingo deveria ser a do primeiro jogo. Talvez a história fosse diferente. Wallace Pernambucano foi titular, assim como Danilo Pires. O Timbu estava em campo com dois atletas que sabem valorizar a posse de bola, armam o jogo e finalizam. Enquanto o Sport, com a vantagem do empate, repetiu a formação da primeira partida.
Mas não deu nem tempo para avaliar as duas equipes quando Suélinton e Hernane se estranharam. A confusão foi formada e o árbitro Ricardo Marques Ribeiro acertou ao expulsar os dois. Pior para o Sport, que perdeu seu artilheiro.
O Náutico recompôs a zaga recuando o volante Josa para o setor. Isso deu ao Sport mais espaço para jogar. E na primeira trama, saiu o gol. Guilherme foi derrubado por Bruno dentro da área. Pênalti que o próprio Guilherme bateu e balançou as redes. O Sport abria o placar e aumentava a vantagem sobre o adversário. O Timbu precisaria de três gols para ficar com a taça. Naquele momento, seria óbvio imaginar o time alvirrubro abalado emocionalmente e sentindo a pressão de ter que virar o jogo na casa do adversário. Eis uma das qualidades do Náutico: equilíbrio emocional.
O Sport perdeu Guilherme, que se machucou na hora em comemorou o gol. Leandrinho entrou em seu lugar e pareceu perdido em campo. Não conduziu o Leão ao ataque, enquanto Luan esteve completamente fora de órbita. Sem falar em Ezequiel, que esteve apagado. E assim, mesmo com a vantagem no placar, o time não mostrava lucidez para acuar de vez o Náutico. O Timbu, aos poucos, foi se restabelecendo e ganhando espaços em campo. Wallace Pernambucano foi fundamental para levar o time para o ataque. O meia é um verdadeiro trator. Mas foi Diego Silva quem acertou um chute, que ainda desviou no braço de Danilo Pires e enganar Maílson, decretando o empate.
O Náutico fez por merecer a igualdade no placar. Não tanto pela sua técnica, mas principalmente pela valentia que já dava sinais dentro de campo. O gol acendeu a torcida e fez os jogadores acreditarem que não seria bicho de sete cabeças vencer o Sport na Ilha do Retiro. O time rubro-negro apresentou uma boa saída de jogo pela lateral-direita. Norberto esteve bem na partida. Foi dos seus pés que saiu mais uma boa jogada que resultou no gol de Leandrinho, que o árbitro anulou, assinalando impedimento de Luan, que participou diretamente da jogada.
No segundo tempo, o panorama não mudou. O Náutico foi melhor do início ao fim. Hereda e Assis foram importantes para levar o time ao ataque. Tanto pela esquerda quanto pela direita, a equipe investiu. Josa foi um gigante na zaga, enquanto Luiz Henrique foi uma outra peça que deu boa movimentação no meio. Tiago foi uma peça destoante. O garoto fez um bom campeonato, mas esteve sumido em campo. Já o Sport sumiu ofensivamente. Depois de perder Guilherme e Hernane, os demais atletas do setor foram saindo: Ezequiel deu vaga para Juninho, Luan deu lugar para Elton. SE quem saiu não tava jogando bem, quem entrou… pouco acrescentou. Com mais organização e antecipando as jogadas, o Náutico conseguiu o segundo gol, assinalado por Jimenez.
O torcedor do Náutico estava em êxtase. Vendo o time jogar com uma raça impressionante e conseguir a virada que para muitos parecia impossível, os alvirrubros empurraram os jogadores para o ataque. Foi quando a partida ganhou ainda mais emoção. Porque o Sport decidiu se soltar mais para empatar. E quase consegue através de Elton. A zaga do Timbu afastou, quando a bola já tinha o caminho do gol. No final da partida, notava-se claramente a fisionomia dos jogadores rubro-negros abatidos pela derrota de virada. Mas o goleiro Maílson estava mesmo inspirado. Pegou os pênaltis cobrados por Rafael Oliveira e Diego. Sport campeão!
Claro que a derrota doeu demais para os alvirrubros. O Náutico esteve bem perto de quebrar o tabu diante do Sport. Mas valeu pela valentia, determinação e força. Acredito que o Náutico vá longe na Série C. No Sport, bom… o time não soube jogar com a vantagem do regulamento. Em alguns momentos, faltou mais atitude à equipe para segurar o ímpeto do Timbu. E até buscar o gol. Para completar a linha ofensiva titular não existiu. A derrota nos 90 minutos pode servir de sinal de alerta para os jogos da Série B.