Dos resultados mais ingratos para o torcedor não é a sonora goleada. O 0x0 é de encher o saco. Sinceramente. Ir ao estádio e não ver a bola balançar as redes é cruel demais. É doloroso até mais do que ver o seu time sofrer o gol. Porque a essência do futebol é o gol. A dor de ver o time do coração ter a bola no fundo das redes causa algum tipo de reação. O 0x0 é inércia. E como parece inerte esse time do Sport. Contra o Brasil-RS, dentro de casa, o time rubro-negro foi inoperante e não saiu do placar em branco.
Nessa volta de Série B, pós paralisação por conta da Copa América, o Leão faz uma campanha igual ao início da competição. Em três jogos, três empates. O que no início parecia uma adaptação ao campeonato, agora, parece falta de poderio ofensivo para furar bloqueios em jogos na Ilha do Retiro. Estou começando a gostar do Sport atuando fora de casa do que em casa. Longe do Recife, o time não somou pontos nos últimos jogos porque vacilou defensivamente. Em casa, falta qualidade para propor o jogo e finalizar, então… nem se fala. A bola queima nos pés.
A liberação da partida, para mim, foi uma temeridade. Falo em relação aos jogadores e também à qualidade do duelo. Sem falar que havia o risco das chuvas ficarem mais fortes. E aí, o futebol viraria pólo aquático. E o torcedor como ficou nessa história? Aqueles apaixonados que estavam com saudades se viraram para ir. Teve rubro-negro que chegou em cima da hora da partida e não pode entrar com o guarda-chuva. Segundo foi informado, não é permitido o uso do equipamento nos estádios. Para mim, uma novidade. Para o torcedor, uma irritação. Tanto que jogou fora o guarda-chuva.
O Sport também foi prejudicado pela ausência de Hernanes e Ezequiel, que ficaram como opção no banco de reservas. Juninho e Elton ganharam a opção do treinador por terem características capazes de fazer o time jogar melhor no gramado encharcado. Pode ter sido na teoria, mas na prática não foi bem assim. O Sport não jogou bem. E o Brasil-RS se propôs a atuar fechadinho, não dando trabalho ao setor defensivo do time pernambucano.
No segundo tempo, Ezequiel e Hernanes foram acionados. O Sport imprimiu um ritmo mais forte e dominou o Brasil. Esteve mais perto do gol. O goleiro Carlos Eduardo trabalhou mais (havia feito uma defesa importante no primeiro tempo). Porém, quem balançou a rede foi o Brasil. Lance invalidado pelo árbitro, já que Grampola estava em impedimento. O placar ficou inalterado. E para o Sport, o resultado foi ruim. Era preciso vencer. Mas está nítida a falta de tranquilidade para encarar retrancas.
O Sport tem uma sequência de jogos intensa. Na sexta-feira, pega o Paraná, fora de casa. Na segunda-feira, volta para a Ilha do Retiro e encara o Guarani. Na quinta, pega o Coritiba, também em casa. Não falo tanto pelos adversários, pois acho tudo nivelado. A bronca é o intervalo de jogo: três partidas em menos de uma semana. Haja fôlego. Haja pernas. O Leão tem que mentalizar sete pontos, no mínimo. Na Série B deste ano, não vejo time criando gordura e disparar na frente.