Quando ouço falar que alguns tricolores vão se reunir para tentar a retirada de Constantino Júnior da presidência do Santa Cruz, sinto dores no ouvido. É sério! Não é questão de defender o presidente, não. É questão de encarar tal ideia como nonsense. E se tem algo que o Santa Cruz não precisa nesse momento é nonsense. Seria bom apostar na seriedade.
Impecheament está atrelado a racha, discórdia e desavenças. O Tricolor precisa de ordem. E para de ser o coitadinho. Tem forças para ser gigante. Basta que seus gestores assumam esse papel e caminhem passo a passo rumo a dignidade do clube, que já não se faz presente Arruda há algum tempo.
Até porque essa ideia de colocar o presidente para fora do Arruda é fruto da ira dos torcedores por conta de maus resultados. Sendo assim, o próximo presidente que não conseguir o acesso ou títulos, será colocado para fora também? Constantino participou dos grandes momentos do Santa Cruz nessa década. Foi ovacionado diversas vezes pela torcida. Ao chegar na presidência, o Tricolor fraquejou dentro de campo. E isso pede uma reavaliação dos seus atos.
Não é a saída do presidente que vai resolver os problemas do Tricolor. O clube precisa de renovação de ideias. Eu sei que é clichê o que eu escrevo. Mas é a pura verdade. Constantino representa o novo. No entanto, o que faz o clube andar, suas estruturas, ainda vive na década de 70, quando o Santa Cruz era uma das forças do futebol brasileiro. Os tempos são outros, minha gente. Mas parece que no Santa Cruz ninguém percebeu.
Entre os anos de 1987 até agora, o Santa Cruz só disputou sete edições da Série A. Em todas, ficou na zona de rebaixamento (1987 e 2000 não aconteceram as “degolas”). Na Série B, foram 18 edições. Na Série C, após a desclassificação contra o Náutico, o Tricolor vai disputar a sexta vez. E na D (isso mesmo, um clube da dimensão do Santa Cruz já disputou a quarta divisão), já disputou três vezes. O que antes disputar competições da Terceirona era algo bizarro, agora tá ficando comum.
Nesse processo de decadência, os dirigentes do Santa Cruz vestiram a camisa dos coitados, do clube do povo sofrido, que os jogadores e treinadores que forem contratados teriam que ir para o Arruda para ajudar e entender o projeto do clube. Mas que projeto? Subir de divisão e pronto?! Ah, amigos…. se for isso, vai subir e descer sempre. E assim os anos foram se passando sem que o Santa Cruz apresentasse uma evolução e vivesse do sangue derramado por sua torcida.
Se não mudarem a mentalidade, o Santa Cruz não vai sair dessa realidade: um clube caindo e subindo de divisão no cenário nacional, ganhando estaduais e alimentando a rivalidade entre Sport e Náutico. Cabe ao presidente Constantino Junior ou a qualquer outro tricolor que assumir o Tricolor comandar uma reviravolta. Profissionalizar todos os setores e tornar o Santa Cruz num único clube e não uma agremiação dividida em patrimonial, executivo e deliberativo.