2019 foi um ano daqueles…. Não, não vou reclamar. Vou agradecer. Tenho treinado a gratidão. Afinal, os momentos difíceis, complicados, foram, na verdade, aprendizado. Os positivos, claro, foram celebrados. Se não celebrei, falhei. Admito. No mundo do futebol, o sentimento, pelo que vejo, é o contrário. As conquistas são muito, mas muito comemorada. Mas os tropeços…. eles se repetem. Como se nada fosse aprendido. Então, vou apelar para o Papai Noel. Vou pedir alguns presentes…
Náutico e Sport conseguiram acessos. O ano foi positivo demais para os alvirrubros e rubro-negros. Os dois clubes fizeram a final do Estadual. O Leão levou a melhor, nos pênaltis. Os alvirrubros não se abateram. Foram para Serie C cabisbaixos, sofreram um pouco, mas se recuperaram. Levantaram o título inédito da Terceirona. O Sport fez uma campanha na Série B. Sofreu apenas 4 derrotas e terminaram na vice-liderança. Em ambos times, algo bem claro: a valorização do conjunto.
Não houve estrela em nenhum dos dois clubes. Elenco e treinadores (Dal Pozzo, no Náutico, e Guto, no Sport) se entenderam bem. Essa realidade deve se repetir na temporada 2020. Claro que é preciso qualificar o elenco. Pode até trazer um jogador mais rodado, com certo prestígio com a torcida. Mas nunca, nunca esse atleta pode pensar nele antes do elenco. E outro ponto importante nessa temporada: os clubes locais precisam fazer dinheiro a cada final de ano. Isso significar negociar jogadores. Náutico e Sport têm bons centro de treinamentos para tornar essa movimentação um hábito.
No Santa Cruz, o ano foi duro. Nada de título. Nada de acesso. O que significa que dinheiro é algo escasso. Já recomeçou uma reconstrução no Arruda. Novo treinador, novo diretor de futebol, novos jogadores. Mudanças iguais a tantas outras que já aconteceram, que surtiram efeito positivo. Pontuais. Mas o Tricolor continua no seu ciclo que não condiz com sua história e imensa torcida. O Papai Noel poderia trazer para os tricolores seria uma nova mentalidade para os seus dirigentes. Mas a intercepção de uma discussão sobre um novo estatuto mostra que teremos mais do mesmo. A mudança de estatuto não significa sucesso garantido para clube algum. Mas é um caminho diferente dos últimos anos.
O Campeonato Pernambucano também precisa de um Papai Noel que traga novos ventos. Cansa ver um estadual em que os estádios do interior destruídos, com gramados ruins e times sem a menor condição técnica de disputa. Os clubes que subiram para a Série A1 já enfrentam crise. Os seus treinadores já saíram por falta de condições financeiras. Se olhar para as equipes da capital, Ilha e Arruda estão velhos, precisando de uma nova roupagem. Os Aflitos ganhou até um “banho de loja”, mas a estrutura é praticamente a mesma. Sobre o regulamento… o que dizer de um campeonato em, das 10 equipes na disputa, seis se classificam para fase seguinte?
Que Papai Noel traga auto-crítica para o nosso futebol. E que leve os dirigentes a ação que nos faça evoluir e não repetir os passos.
Feliz Natal! Feliz 2020!