Estamos vivendo momentos difíceis. Inimagináveis, sendo bem sincero. Como gosto muito de cinema, prefiro acreditar que estamos naqueles filmes de suspense/terror, como Extermínio, Guerra Mundial Z… Diante da telona, a gente não sente na pele o sofrimento e, quando o filme é bom, não queremos o seu final. Na vida real, amigos, estou louco para ver o “The end” nessa confusão toda que se tornou nossas vidas. Mas não temos previsão alguma sobre quando voltaremos ao normal. Seguimos, então, como ilhas.
Nesse isolamento, vejo algumas partidas memoráveis na TV. Duelos que nem o tempo consegue apagar da mente. Até porque, com redes sociais e youtube, vez por outra eu vejo e revejo. Sem ser nostálgico (não existe essa “antigamente é melhor do que hoje”, pois tudo existe no seu tempo certo), mas o passado alimenta o presente e, por consequência, o futuro também. E quando, no meio desse marasmo que o futebol vive, surgiu os rumores de que o Brasileirão poderia ter o formato dos mata-matas… putz, como não relembrar grandes jogos?
Não que eu prefira os mata-matas em detrimento ao ponto corrido. O formato atual é emocionante, justo e garante sobrevivência financeira de todos os clubes até o final do ano. Mas, poxa, tenho saudades de uma final entre as duas equipes que superaram seus adversários em jogos emocionantes. E que o Brasil inteiro parava em torno das duas equipes. Geralmente, a primeira partida decisiva era num domingo. E a segunda, no outro domingo. Durante a semana, só se falava dessa duas equipes. Pô, gostava demais disso.
A primeira grande final de Campeonato Brasileiro que vi na televisão foi a de 83. Flamengo x Santos. O time carioca com Zico e cia. Timaço. O Santos também tinha um bom time, com Pita sendo o maestro. Como jogava bola. Na primeira partida, vitória do Peixe, por 2×1. No segundo, num Maracanã lotado, o Flamengo não deixou o Santos respirar. Um categórico 3×0 fez o Maior do Mundo explodir.
A final de 84 não me empolgou tanto. Fluminense x Vasco na decisão. Fizeram dois jogos muito truncado. Talvez pela filosofia dos seus dois técnicos. No Tricolor, Parreira. No Vasco, Edu Coimbra. O Fluminense foi campeão gol uma vitória na primeira partida, por 1×0, gol marcado pelo paraguaio Romerito. No segundo duelo, 0x0. Em 85, uma final inusitada: Bangu x Coritiba. O Coxa garantiu o empate em 1×1 e venceu nos penais.
Em 1986, São Paulo e Guarani fizeram a final mais emocionante que eu já vi. Dois timaços. E como artilheiros em campo. No Tricolor, Careca comendo a bola. No Bubre, Evair era o cão chupando manga. O time de Campinas vencia por 3×2 até o último minuto da prorrogação quando Careca empatou e garantiu a artilharia do Brasileiro. E nos pênaltis, deu São Paulo.
Em 87, a final que rende até hoje. Não para mim, mas para os tribunais. O Sport ganhou para o Guarani o Módulo Amarelo. Numa final que terminou em pênaltis (11×11) e a CBF garantiu o título ao Leão. Era para haver o cruzamento com Flamengo e Inter-RS. Como não houve, Sport e Guarani se enfrentaram novamente e o Leão venceu no tempo normal: 1×0, gol marcado por Marco Antônio.
Enfim, bom demais escrever essas linhas e relembrando detalhes dessas partidas, imagens marcantes, golaços, frases polêmicas, reportagens especiais falando dos finalistas. Minha mente funciona assim. Imagens vêm como flashes. Negócio de louco. E de vez em quando, vou relembrar essas loucuras do futebol por aqui. Especialmente nesse período de isolamento. Se quiserem resenhar também, manda mensagem no meu instagram: @marcelcaval2.