O Campeonato Pernambucano começou os velhos erros de sempre: baixo nível técnico, jogo adiado, time do interior sem estádio para jogar. A novidade, no entanto, atende pelo nome do Caruaru City. Equipe que ainda está engatinhando no futebol, mas que salvou a cidade do Agreste de não estar na disputa do Pernambucano. Será que o Leopardo terá condições de fazer um bonito papel e mostrar que a Capital do Forró também pode ser a capital do “futebó” – perdão pelo erro para abrir uma rima (pode ser pobre, mas não me contive).
À frente do clube, um ex-jogador e preparador físico do Central e do Porto, mas que estava tão infeliz com futebol, que largou a carreira. Evandro Marinho, depois de jogar na Patativa e no Gavião, recebeu uma proposta furada para jogar na Europa. Mas foi ao quebrar a cara que aconteceu a virada na sua vida. ” Chegando lá, não foi nada do que prometido. Voltei para o Brasil desiludido. Encerrei minha carreira e tomei abuso do futebol. Tanto que meu TCC para conclusão do curso de educação física foi sobre saúde pública”, contou.
Mas com o futebol no sangue, Evandro não demorou muito a voltar ao mundo da bola. Foi convidado para ser preparador físico do Central. O ano era 2015. Com muitas ideias e o desejo enorme para modernizar o futebol, saiu da Patativa para iniciar o projeto do Caruaru City. “Começamos com uma parceria com o Athletico-PR, com o objetivo de escolinha de futebol e revelar jogadores. Nos profissionalizamos no ano passado, fomos campeões da Série A2 e, agora, disputamos a elite”, afirma.
Evandro Marinho conta que o Caruaru City nasceu no universo empresarial. Ele detém 70% do negócio, enquanto jurídico, administrativo, comunicação e patrimônio dividem os demais 30%. “Mesmo assim, estamos em conversa com a Federação Pernambucana de Futebol para nos informarmos sobre a SAF”, diz. Outro trunfo do Caruaru City é o terreno de 4,5 hectares, às margens da BR 232, para a construção do CT. Até agora, tudo é um sonho, já que ainda busca parceiros comerciais que invistam grana para erguer o que será um novo centro de formação de jogadores.
Por muitos anos a cidade de Caruaru tinha o Central como grande estandarte do futebol . Mas a Patativa não vem bem das pernas e vai disputar a Série A2. Depois, apareceu o Porto, que chegou a ser vice-campeão estadual, nos anos de 97 e 98. No entanto, há tempos que o Gavião não voa. O papel de protagonista está com o novato Caruaru City.
“O objetivo inicial era chegar na elite e ser competitivo. Isso conseguimos. Agora, estamos trabalhando o gerenciamento e um trabalho de dez anos, para ver como se posicionar como clube competitivo, de ser representativo. A gente tem o Central que tem a marca de representar a cidade, o Porto, e agora temos um nome voltado para revelação de jogadores, de garotos 12 e 13. A gente é uma interseção entre os dois clubes. O caruaruense gosta de futebol. Então, a cidade tem uma força, movimento de apoio do clube. A nossa meta é ficar entre os seis melhores. Formamos um grupo para isso. Depois disso, a gente pode almejar muita coisa, sonhar até com competições nacionais e continuar evoluindo”, conclui.