O Sport dormiu na liderança da Série B do Campeonato Brasileiro. Vai ficar de camarote vendo os jogos da rodada acontecendo no final de semana numa boa. O Leão, na noite do seu aniversário, estreando um novo uniforme, venceu a Chapecoense, por 1×0, na Arena Condá. Gol de Luciano Juba, que se firma cada vez mais como o melhor jogador do elenco rubro-negro. Aliás, no ano passado, o Sport conseguiu vitória em Chapecó, pelo mesmo placa, e com gol dele. É um iluminado.
O fato de Juba ser o melhor jogador do elenco é algo impressionante. Primeiro porque ele surgiu como lateral, naquela situação em que não se tem dinheiro para contratar e coloca no time profissional o jogador mais perto de “estourar” a idade na base. Juba fez sua primeira partida como profissional em janeiro de 2020, diante do Central. Atuou na lateral-esquerda, sob a desconfiança da torcida.
Dois anos se passaram e Juba é unanimidade. Determinação, vontade, foco e, sobretudo, confiança. As circunstâncias foram dando certo para Juba e ele soube lidar com isso. Não subiu a cabeça. Manteve os pés no chão e foi se encaixando onde a equipe precisava do seu futebol. Hoje, não é lateral. É atacante. Um bom atacante, que participa até da armação das jogadas. Contra a Chape, fez um belo com de falta, mostrando sua inteligência: diante de uma barreira mal posicionada, mandou a bola lá no cantinho. Juba está estado de graça.
E sobre o jogo, o futebol do Sport deu pro gasto. Mas é impressionante a filosofia adotada pelo técnico Gilmar Dal Pozzo. Quando o Leão abriu o placar, ficou evidente que o time da Chapecoense se abalou emocionalmente. O time não venceu um a partida em casa na Série B. E o gol do Leão foi um soco no estômago. Na medida em que o tempo foi passando, esse nervosismo foi aumentando.
O Sport optou por não aproveitar esse momento, que durou quase toda a partida. No segundo tempo, mesmo com a posse de bola, mesmo chegando na linha de fundo, e com a defesa da Chape entregando o ouro várias vezes, o Leão praticamente só teve uma chance clara (até demais) com Kayke, que entrou no lugar do esforçado Parraguez. O jogo ficou chato porque enquanto a Chape errava as trocas de passes, o Leão optava por gastar o tempo. Naquele velho discurso “1×0 está de bom tamanho”.