O Sport fez mais uma partida cheia de altos e baixos, mas conseguiu o que queria e precisava: venceu o Londrina, por 2×0, com gols de dois importantes defensores. O capitão Rafael Thyere, abriu o placar no começo da partida, quando o Leão parecia que atropelaria o adversário. Depois, no segundo tempo, quando o time não conseguia imprimir o ritmo forte, Sander, sempre contestado e sempre titular absoluto, fechou o placar. O triunfo fez o Leão encostar no G4. Está na quinta colocação com 25 pontos.
Três pontos importantes a mais na tabela de classificação. No entanto, o melhor não está no triunfo em si. A atmosfera da partida foi outra. A torcida se fez presente em bom número, fez festa antes, durante e depois da partida. Apoiou do início ao fim, mesmo quando o time não conseguia fazer um fluir um bom futebol. E muito se deve à mudança de comando técnico do Leão. Lisca chegou com o aval da torcida, bem diferente do seu antecessor Gilmar Dal Pozzo. Isso faz a diferença.
Dal Pozzo chegou no mar da rejeição. Certamente porque a torcida não via em seu trabalho no Náutico, em duas passagens, algo que enchesse as vistas. Estava desempregado há bastante tempo e aceitou a proposta do Leão como uma retomada na carreira, o que a torcida jamais aceitou. O técnico precisaria fazer do Sport uma super máquina e descrever uma campanha digna do Real Madrid para ter, pelo menos, parte da torcida ao seu lado (digo parte porque sei dos radicais que não iriam abrir mão da opinião sobre Gilmar Dal Pozzo). O que seria um importante reforço.
A mudança no comando técnico do Sport após o empate contra o Brusque, em 0x0, foi como um alívio para o torcedor rubro-negro, que se já não gostava de Dal Pozzo antes da competição começa, pirou depois de ver o time jogando de forma burocrática no setor ofensivo. O caminho estava aberto para o carismático Lisca, que ao ser anunciado, já tomou conhecimento da aprovação diante da torcida. Na estreia, 0x0 contra o Vasco, num Maracanã lotado.
Para a partida contra o Londrina, quando o técnico encontrou a torcida, o ambiente foi completamente diferente do que se via na era Dal Pozzo. O rubro-negro foi para a Ilha do Retiro fazer o que se esperava dele: torcer, incentivar, aplaudir até passe errado. O ônibus que levou o time para o estádio passou pelo meio de um multidão que parecia estar ali para receber o elenco que havia conquistado um título histórico.
De fato, a presença de Lisca mudou o ambiente na Ilha do Retiro. A atmosfera positiva é muito importante para a busca de uma virada na Série B. A diretoria, que andava triste com a falta de apoio, agora, certamente, está feliz. E muito provavelmente riu à toa quando viu, ao final da partida contra o Londrina, o técnico Lisca subir no alambrado e reger a torcida ao gritar forte: “Ah, é Lisca Doido!”.