Por Pedro Belaine
Após uma apresentação para ser esquecida, diante do Uruguai na última terça-feira (17), a seleção brasileira tem um caminho difícil nas suas próximas partidas para as eliminatórias. Como se não bastasse, Neymar lesionado, 7 meses afastado dos gramados e sem conseguir performar no seu alto nível pelo menos nos últimos 5 anos, em que jogou apenas cerca de 150 partidas. O Brasil se vê pressionado, sem jogar um bom futebol e principalmente, ao olhar para os jogadores, torcedores e mídia não encontram uma esperança de melhora.
A contratação de Fernando Diniz como técnico “interino” até a chegada de Ancelotti, propõe uma renovação, reinvenção e principalmente uma oportunidade. Conhecido pelo seu estilo de jogo, tinha-se em mente que o treinador traria novos ares para o elenco da seleção em suas convocações, mas o que foi visto, na realidade, foram poucas alterações e casos como o de Matheus Cunha que já haviam passado e não performado bem com a amarelinha.
Em seguida, dentro de campo, era esperado ver uma transformação tática e de fato conseguimos enxergar uma mudança na forma com a qual o Brasil tem jogado. Seja na aproximação de dois pontas no mesmo lado, os volantes necessitando armar muito mais as jogadas e até mesmo a saída de bola com o goleiro, que tanto causa calafrios nos torcedores. Mas, apesar disso, a seleção brasileira não foi efetiva, com um jogo morno e toques de bola na defesa sem conseguir agredir adversários como uma Venezuela, que apesar do bom momento, não é um jogo para o Brasil empatar em 1×1.
E todos esses casos trazem à tona comentários como o de Galvão Bueno, que em sua live após a partida disse “Eu acompanho a Seleção há 50 anos e nunca vi um time tão ruim como esse”. Talvez o calor do momento facilite comentários como este, mas o problema já estava na cara do torcedor, principalmente em como vem sendo conduzido esse processo de contratação de um técnico “definitivo” para a nossa seleção.
Se dentro de campo, temos um time desorganizado, sem uma figura que chame a responsabilidade e jogadores que não apresentam a vontade de vestir a camisa mais pesada do futebol mundial. Nos bastidores, a CBF demonstra toda a bagunça e despreparo que é o futebol brasileiro, seja em não ter um time principal com acompanhamento psicológico ou na capacidade de definir um treinador ou um planejamento logo após a eliminação na Copa do Mundo de 2022.
Resta ao torcedor saudade, porque aparentemente nem torcer o brasileiro tem tido mais prazer.