A torcida do Sport conta as horas para ver o time voltar a jogar na Ilha do Retiro. O Leão não atua em sua toca desde o dia 25 de novembro, quando goleou o Sampaio Corrêa, por 4×1, pela Série B do Campeonato Brasileiro. Quando iniciou as obras no gramado e outras estruturas, a diretoria fechou parceria com a Arena de Pernambuco.
É curiosa a relação das torcidas com seus estádios. Por mais moderna que possa ser a Arena, os rubro-negros não se sentem em casa. E por mais velha que possa ser a Ilha do Retiro, a torcida sente saudades. O que não agrada no estádio de São Lourenço da Mata é a distância até o estádio e como chegar até lá. É cansativo. A volta para a Ilha do Retiro está prevista para setembro. O adversário da festa será o CRB-AL.
Bem, não é a primeira vez que o Sport passa um longo tempo fora de casa. Em 1984, o Rubro-negro reabriu seu estádio após uma imensa reforma. Enquanto as obras corriam, o Leão jogava no Arruda. Bem mais perto, né? Em 13 de maio daquele ano, voltou a jogar na Ilha do Retiro, diante do São Paulo, pela Taça Heleno Nunes. A partida ficou no 0x0. Valeu mais pela festa, que teve direito até um leão enjaulado desfilando na beira do gramado, para delírio da torcida.
Náutico e Santa Cruz também viveram, recentemente, esse clima de volta para casa. O Timbu passou por questões de necessidade financeira e descaso. Em 2013, fechou acordo com a Odebrecht para jogar na Arena de Pernambuco, em troca de ajustes no CT e uma boa quantia em dinheiro. Foi um bom negócio. A estreia aconteceu em maio daquele ano, num amistoso contra o Sporting de Portugal, que terminou empatado em 1×1.
A bronca da situação do Timbu foi que a relação com a Odebrecht se deteriorou. A diretoria da época e a torcida adoram o nome do estádio como Arena Timbu, algo que os dirigentes da empresa não gostavam. E o Náutico, de fato, não tinha gerência no estádio, apenas mandava seus jogos. Veio uma nova gestão e o atrito aumentou. Enquanto isso, o estádio dos Aflitos foi largado às traças.
Com o tempo e uma nova gestão, o estádio da Rosa e Silva foi se arrumando e a parceria com a Arena de Pernambuco indo para o espaço. O Náutico voltou para os Aflitos em um jogo festivo contra o Newell’s Old Boys, da Argentina. Vitória por 1×0 e taça Gena nas mãos do Timbu. A preliminar ainda teve um jogo em homenagem a Kuki.
O estádio do Arruda, do Santa Cruz, passou por inúmeras reformas em sua história (Confere um material bem bacana do GE sobre o assunto). Mas a que mais me marcou na memória foi a de 2009, quando Fernando Bezerra Coelho entrou em cena para tentar tirar o clube do buraco. Prometeu jogo da seleção brasileira (e cumpriu), pagamento de dívidas (cumpriu) e reestruturar o estádio, com direito a um gramado de ponta. A torcida se animou tanto que marcou presença na arquibancada para ver os tratores em ação. A reabertura do estádio aconteceu numa partida contra o Central, pelo Estadual. Vitória por 2×1.