Foto: Ricardo Fernandes/Spia Photos
A torcida do Santa Cruz deve está se perguntando: o que está acontecendo com esse time de Leston Júnior? Pertinente questão. Afinal, nada explica o Tricolor ter louváveis atuações como diante do ABC-RN e Fluminense, ambas pela Copa do Brasil, e depois mostrar um futebol sem alma diante do Ferroviário-CE, neste domingo, pela Série C. Na Arena Castelão, o time cearense não teve trabalho para construir o 3×0. E com espaço para mais gols.
São partidas que não adianta analisar esquemas táticos, mudanças no decorrer da partida, desfalques. O que fica claro é o comportamento do time. O Ferrim, vamos combinar, tem uma equipe razoável tecnicamente. É bem treinada por Marcelo Vilar. Nada que o Santa Cruz não conseguisse imprimir o seu futebol e conquistar um resultado. Mas voltou a ser um time apático, que não marcou o adversário e passou o tempo inteiro correndo atrás da bola.
Quando tomou o gol, aos 18 minutos, marcado por Leanderson, tive a impressão que o Santa Cruz acordaria. Santa inocência! O time coral não teve a posse de bola. E quando tinha, devolvia. O segundo gol sofrido foi assim. O volante Charles é daqueles jogadores que quer bater tiro de meta em direção ao gol adversário. Quer chutar de todos os lados. Numa cobrança de falta de longa distância, quis o arremate. Deu ruim! Acertou o adversário e armou um contra-ataque que resultou no gol de Léo Jaime.
Patrick Vieira, que havia conquistado a confiança do treinador, não vem mantendo a sequência. Lento, não produz. Ainda no primeiro tempo, deixou o gramado. Luiz Felipe entrou no seu lugar e… nada aconteceu. O que se viu um time tão desarrumado que o esforçado Pipico voltava na defesa para poder levar o Santa Cruz ao ataque. Em algumas jogadas parecia até um lateral. Nessa tentativa desajustada para ir ao ataque, Caxito é lançado, passa pelo seu marcador em velocidade e tocou na saída do goleiro coral.
Perder para o Ferroviário poderia estar no script do Santa Cruz. A forma como essa derrota aconteceu é que incomoda. Se a temporada estivesse começando, seria algo natural para uma equipe em formação. Não é o caso do Santa Cruz. O time coral foi, entre os grandes da capital, o que primeiro mostrou uma organização coletiva mais consistente, um padrão de jogo mais definido. Mas já estamos no meio da temporada e o time coral é de uma irregularidade inexplicável. A diretoria do Santa Cruz já falou que o maior objetivo é a volta à Série B. A derrota deste domingo mostra que o caminho precisa ser melhor preparado.