Foto: Instagram do Fortaleza
Eram apenas três minutos de jogo, quando uma bola mal rebatida sobrou para o atacante Wellington Paulista mandar para as redes do goleiro Saulo. Sorte? Pode ser. Mas a sorte está do lado de quem focado em ser campeão. O Fortaleza fazia naquele momento 1×0 sobre o Botafogo-PB. Ampliava a vantagem já construída no jogo de ida, no estádio Castelão. A vitória também foi por 1×0, gol marcado por Wellington Paulista. Logo ele…. um atacante experiente que pouco aparece no jogo. Mas que nessa final estava iluminado. Sorte? Pode ser. Mas quem vai questionar essa conquista do Tricolor do Picí? A sorte é a coroa de quem tem sede de conquista. Rogério Ceni que o diga. Eis o grande nome do Fortaleza.
O time tricolor não conquistou o Nordestão na partida desta noite. Tudo é fruto de um trabalho em conjunto e que foi capitaneado por Ceni. Quando chegou no clube no ano passado, não viu como um passo atrás na sua carreira. E nem podia enxergar assim. Está apenas começando a vida de técnico. Mas também não estava chegando no Fortaleza para ser campeão. Queria fazer história, deixar sua marca no clube, revolucionar. Cheio de ideias e vontade, foi dando as cartas e a diretoria comprou a ideia. Os jogadores também. Estava ali um plano para a evolução jamais vista pelo clube.
A convicção do trabalho era tamanha que ninguém cogitou a demissão de Rogério quando o time perdeu o titulo estadual no ano passado. O treinador sabia que estava no caminho certo, os dirigentes também e houve paciência de todos os lados. Na Série B, o Fortaleza conquistou o acesso e o título. No Estadual desse ano, mais uma conquista com duas vitórias sobre o rival Ceará. A conquista do Nordestão era só questão de tempo. O time não tem estrela. E nem joga aquele futebol de encher os olhos. Porém, é competitivo, compactado e solidário. Todos jogam por todos. E todos estão por Ceni.
Do jogo, pouco tem o que se falar. Ao fazer o ‘gol no início de partida, o Fortaleza desestabilizou os donos da casa. Para uma equipe que já entrou em campo com um placar parcial adverso, levar um gol, num lance bobo, num começo de jogo, é de doer. o Botafogo foi valente ao não se entregar e lutar até o fim. Mas a parada era dificílima. O Fortaleza tem uma defesa sólida e não deu brechas.
Rogério Ceni não dá aula tática. Mas dá um show de perseverança, lucidez e equilíbrio. Quando jogava, era tido como chato. Nunca o vi assim. Sempre foi inteligente e expressava bem seu pensamento. Era diferenciado em campo e também, agora, na beira do gramado. Recebeu propostas para deixar o Fortaleza. Rejeitou por saber que não é o momento. Rejeitou porque tem muito o que construir no Tricolor do Picí. Ou será que sentiu falta de convicção de quem o procurou? Pode ser, afinal, muitos dirigentes contratam apenas pelo resultado. “Rogério é campeão no Fortaleza, vai ser também no meu time”. Deve ser esse o pensamento. Se não for, demite.
Em pouco tempo de carreira como técnico e muito tempos no Fortaleza, acredito que Rogério Ceni está se consolidando como o maior treinador da história do clube. Pelas conquistas, sim. Mas principalmente pela transformação que está fazendo no Tricolor do Picí!
Parabéns a todos que fazem o Fortaleza!