Foto: Instagram/Liverpool FC
Por Daniel Schvartz
A histórica final da Champions League 2019 fez ingleses invadirem Madrid. A Espanha virou a Inglaterra no mundo do futebol. Fãs do Liverpool e do Tottenham fizeram uma grande festa durante todo o sábado, dia 01 de junho. Um tapa na cara da Liga Europa que, diga-se de passagem, é produzida pela mesma organização e teve sua fria final em Baku, no Azerbaijão.
Com o Wanda Metropolitano lotado e pintado de branco e vermelho, as duas torcidas tinham seus motivos para acreditarem no título. Os dois times vieram de grandes classificações. Mas, com a bola rolando, a torcida dos Reds precisou de apenas 30 segundos para se sentir mais próxima da tão desejada taça. A bola toca no braço do volante Sissoko e o árbitro marca pênalti, cobrado e convertido por Salah.
O primeiro tempo foi decepcionante para os que esperavam (me incluo nessa) uma partida mais movimentada e ofensiva, característica dos dois times. Mas, o gol cedo ajudou o jogo a tomar esse rumo. O Liverpool, de Jürgen Klopp, não precisava se atirar ao ataque. Pelo contrário, já que tinha o resultado na mão e um elenco mais completo que o Tottenham.
Na segunda etapa, a partida ficou mais dinâmica. Os Spurs precisavam correr atrás do resultado e, com isso, passaram a agredir mais. Jogou mais tempo no campo do Liverpool. Mas, só conseguiu criar chances de gol após a entrada do brasileiro Lucas, talismã da torcida, responsável pela classificação em cima do Ajax, marcando 3 gols.
Mesmo assim, a pressão não surtiu efeito. Afinal, precisaria de algo a mais para bater a melhor zaga da Europa e a menos vazada da Premiere League. E aí, outro talismã resolveu brilhar. O belga Origi, que marcou dois gols em cima do Barcelona, acertou um belo chute cruzado, acabando com qualquer possibilidade de reação do Tottenham.
Enfim, o Hexa!
Dos camarotes, um ídolo do Liverpool acompanhava mais uma possibilidade de conquista do título continental. Steven Gerrard, que venceu em 2005, se aposentou sem conseguir levantar mais nenhuma taça para sua torcida. A torcida dos Reds estava carente. 14 anos sem comemorar um título e, enfim, pode gritar e comemorar um título da Liga dos Campeões novamente. Se havia batido na trave na temporada passada, contra o Real Madrid, a nova oportunidade só demorou uma temporada para aparecer.
E, dessa vez, não foi desperdiçada, para a alegria do ex-capitão e lenda do Reds. Mesmo não estando em campo, demonstrava um sentimento de missão cumprida. O Liverpool, depois de anos colecionando frustrações, volta a ser reconhecido como gigante no continente.
Fim de Tabu
Para Jürgen Klopp, alívio e a quebra de uma “zica” que o perseguia. Foi vice comandando o Borussia Dortmund (2012/13) e com o próprio Liverpool, temporada passada. Nesta temporada, não conseguiu superar o Manchester City no campeonato nacional, mesmo fazendo uma campanha impecável, com apenas uma derrota.
A resposta veio neste sábado. Após a grande virada sobre o Barcelona, ele sentiu que não poderia deixar passar mais essa chance. Após tantos vices na carreira, Klopp chegou mais preparado. Após três temporadas no Liverpool, tinha um elenco forte e construído por ele. Era o seu momento. E foi. A medalha de ouro, conquistada merecidamente, foi uma forma de agradecimento dos jogadores, como disseram Robertson e Milner, após a partida. “Fizemos isso por Jürgen”.