Foto: Bela Azoubel/@amoracamisape
Para começo de conversa, devo admitir que fiquei surpreso com a boa presença do torcedor do Sport para assistir o confronto diante do Bragantino, líder da Série B. Pouco mais de 19 mil pessoas, em pleno sábado de Sete de Setembro, estavam lá para empurrar o time. A minha surpresa se deve ao fato de perceber que o torcedor rubro-negro andava na bronca com o futebol apático do time e a sequência de empates.
E ninguém estava lá para cobrar e nem pegar no pé. Foi para incentivar, empurrar o time à vitória. Todos viam a importância de conquistar três pontos. O bom que o time correspondeu. Não sei se foi a atmosfera criada pela torcida, se foi para homenagear o aniversariante Guto Ferreira ou se o fato de enfrentar o líder da Série B deu aquele gás extra ao time. Ou talvez todos os fatores fizeram do Sport uma equipe mais aguerrida na Ilha do Retiro.
O Bragantino tem a equipe mais bem armada da Série B. Não tem craques, nem jogadores brilhantes. Mas tem um elenco aplicado, que joga valorizando o conjunto. Sabendo da força do Sport na Ilha, foi a campo com duas linhas de quatro, marcando forte o Leão. E o que o Sport fez para fazer um bom primeiro tempo? Simples: jogou em velocidade. A movimentação de Guilherme e Leandrinho, além do bom entendimento de Hyuri e Hernane deram ao time rubro-negro mais volume de jogo.
Foi no melhor momento rubro-negro na partida que o placar foi inaugurado. Guilherme passou para Hernane, que serviu Leandrinho bater de chapa, tirando a bola do goleiro Júlio César. O Sport ainda teve outra grande chance com Hyuri, mas de cara para o gol, preferiu servir para eandrinho, que não conseguiu a finalização. Hyuri, meu camarada, atacante de cara para o gol é para chutar!
Depois disso, o Leão arrefeceu. Reduziu o ritmo e viu o Bragantino crescer, dominar os espaços. O time paulista imprimiu mais velocidade no setor do meio de campo e, ao contrário do Sport, que força mais o jogo pela esquerda, alternou pelas duas laterais. Nos minutos finais, após uma blitze do time de Bragança, a “Lei do Ex” funcionou. Léo Ortiz, de cabeça, deixou tudo igual.
Foi na saída de campo dos jogadores para o intervalo que se viu a torcida rubro-negra insatisfeita: vaia para o time. Mas uma vaia salutar, como se dissesse aos jogadores: “Ei, chega de empate! Vamos jogar bola”. Na volta para o jogo, o Leão teve mais dificuldades. O Bragantino voltou a marcar mais e outro adversário passou a incomodar o time rubro-negro: o tempo.
Cada investida ofensiva, a ansiedade para conquistar a vitória era exposta. Ninguém queria sair da Ilha do Retiro amargando mais um empate. Sim, empate para os rubro-negros, especialmente em casa, é amargo. O segundo tempo foi duro. A marcação prevaleceu. Guto Ferreira acionou Pedro Carmona no lugar de Leandrinho, que já estava sem gás. O meia que até então não disse para que veio para o Sport, fez boa jogada e cruzou para Guilherme desempatar já nos acréscimos.
A vitória sobre o Bragantino foi daquelas que faz o time crescer. Um triunfo cascudo, que dá moral perante a torcida e aos demais adversários. Percebi o time com mais gana pela vitória. Foi a falta dessa gana que fez o Sport perder pontos preciosos, especialmente nos minutos finais. E foi a sobra dela que fez a equipe superar o bem montado Bragantino e assumir a vice-liderança da Série B.