A festa que a torcida do Náutico fez pela conquista do título da Série C me surpreendeu. Claro que eu vi muitos alvirrubros entusiasmados com a possibilidade da conquista desde a classificação sobre o Paysandu. O Timbu cresceu, ganhou confiança e foi conseguindo o segundo objetivo. Voltar para a Série B é uma janela imensa aberta, diminuindo e muito o sufoco vivido pelos dirigentes alvirrubros nos últimos anos.
Os períodos de crise deixam lições. Esse sempre é o lado bom quando se leva tantas bordoadas. A primeira delas é ter convicção no que se quer para o clube. Se nas gestões passadas, as mudanças aconteciam como se mudassem de canal de uma TV diante de um filme ruim, a atual gestão do Náutico mostra que sabe o que quer. Os alvirrubros acertaram quando tiraram Roberto Fernandes e colocaram Márcio Goiano. O time evoluiu e quase conseguia o acesso.
Goiano começou mal a temporada. Mas aí veio o respaldo da diretoria. Ele ficou e o time voltou a jogar bem. O treinador chegou ao seu limite e os dirigentes contrataram Gilmar Dal Pozzo, que caiu como uma luva. O Náutico não mostra um primor de futebol. Mas jogou dentro do seu limite e com muita raça. Como o time na mão, Dal Pozzo comandou com maestria. A renovação do seu contrato é um acerto.
Outro ponto a se destacar no atual momento do Náutico é a aproximação com a torcida. Na volta para os Aflitos, a diretoria social do clube fez uma campanha sensacional: o torcedor foi convidado a colocar a placa de grama no estádio. Não lembro do Náutico ter tantos sócios em dia. Claro que isso se deve muito ao desempenho do time em campo. Mas não há como negar que a diretoria abriu os braços para receber o carinho do torcedor.
É claro que, passada as festas, uma renovação será preciso. Por mais que esse time tenha feito bonito na Série C, o Náutico precisa de uma mudança. Estando na Segunda Divisão, o Timbu já pode ser apontado como um dos clubes que vão brigar pelo acesso à elite. Mas precisa qualificar. O elenco atual jogou mais na raça do que na qualidade. Começar bem a temporada é sinal de que a estrada será bem pavimentada. Porque não se pode apenas pensar no agora. Do contrário, os momentos felizes serão apenas espasmos na história. O Náutico tem que aproveitar o momento de que todos estão unidos para construir o seu futuro.