Foto: Anderson Stevens/@Sportrecife
Ainda falta uma partida, mas o Sport fechou a temporada 2019 com chave de ouro. Nem o mais otimista torcedor rubro-negro poderia imaginar, diante do cenário de início de ano, que comemoraria o título estadual e o acesso à Série A. Foi encharcando a camisa mesmo. Superando dificuldades internas e externas. Falta de dinheiro, brigas políticas, elenco sob a desconfiança da torcida, contusões inesperadas, uma chuva de empates…Mas nada tirou a coesão do time rubro-negro. O poder do grupo falou mais alto. E o Sport está de volta à Primeira Divisão.
O Leão teve um desempenho controverso na disputa da Série B 2019. Chega a ser curioso. Olhando a tabela de classificação, o Sport fez uma campanha muito boa. Sofreu apenas quatro derrotas. Passou mais tempo no G-4 do que fora dele. Tem uma dupla de atacantes que brilhou. Guilherme fez 17 gols e deve terminar como artilheiro. Hernanes ficou com 14, mas poderia ter mais se não sofresse uma séria contusão. A campanha foi tão equilibrada teve um número exorbitante de empate: 17. Empates que muita vezes revelava a falta de fome de vitórias em alguns momentos na competição e isso causava ira da torcida e críticas da imprensa.
Foi um ressurgimento e tanto do Leão de uma temporada para outra. Mas a classificação à Série A, nesses últimos jogos, foi na base do “ufa!”. Na partida contra o Vila Nova, um adversário tecnicamente mais frágil, o Sport esteve ansioso e não jogou bem. O 0x0 foi daqueles que travou na garganta. No jogo seguinte, a torcida mostrou que não deixaria o time na mão. Contra a Ponte Preta, a Ilha do Retiro lotou novamente. Mas o Sport não fez um bom primeiro tempo. Ninguém jogou. Nervosismo entrou em campo. Deu branco e a Ponte jogou. A Lei do ex também esteve no gramado e Roger abriu o placar.
A perplexidade estava olhando para a passividade do Sport em campo. Durante a Série B, o Sport teve esse perfil. Foi isso que tanto a torcida reclamou e a imprensa criticou. Passividade que fez o time perder pontos que estava nas mãos. Eu, particularmente, vejo o time rubro-negro bem qualificado tecnicamente para essa Série B. Que poderia ter brigado de igual para igual com o Bragantino. Mas, enfim, o algo mais veio no segundo tempo. Era preciso mudar. Guto não fez mudanças no intervalo. Mas o time mudou de postura. Os laterais avançaram. Mas não demorou muito para João Ygor entrar na vaga de Leandrinho. O Sport cresceu.
Foi aí que voltou a brilhar a estrela de Guilherme. Durante toda a Série B o atacante foi o atacante mais agressivo do Sport. Com a bola nos pés, partia para cima dos zagueiros, sem medo de bicuda na canela. Quando assim não fazia, o Leão não estava bem em campo. Contra a Ponte, na Ilha, sua objetividade foi essencial. Com os avanços dos laterais, o time rubro-negro forçou a Macaca mudar o posicionamento da sua marcação. E assim Guilherme ganhou espaços para encontrar o caminho das redes duas vezes e virar o placar.
Foi uma vitória suada. Daquelas que fez o grito de gol sair da garganta como uma explosão. E que teve também um sabor de alívio. O Sport está de volta à Série A de forma merecida. Vai fazer a última partida da temporada, contra o Atlético-GO, mais aliviado. Agora é hora de comemorar. Depois, pés nos chãos e planejar 2020. Visualizar crescimento para não ter aquela gangorra que também engessa o futebol pernambucano.
Avante, Leão! Tens força e torcida para crescer mais e mais.