Fim de ano no futebol é aquela época de contratações para a temporada seguinte. É um alvoroço só entre os jornalistas. Quando o clube passa por processo eleitoral, geralmente, há um outro assunto. A disputa trazem declarações fortes, embates e agito nos bastidores. Não foi o caso do Náutico neste ano. Com a gestão de Edno Melo e Diógenes Braga sendo aprovada pelos torcedores, a dupla não teve opositor e acabou sendo aclamada para mais um biênio.
Pois bem, mas voltando as contratações, chama a atenção que muitas vezes acontece: a busca por jogadores que já passaram por aqui e deram certo. O Náutico já anunciou um deles: Ronaldo Alves, 30 anos, que não se firmou no CSA, vai vestir novamente a camisa alvirrubra. O que os dirigentes do Timbu alegaram para trazer o atleta de volta? Resposta: o passado. O zagueiro já não é mais o de antes. Desde que saiu do Timbu que não se firma. Mas a identificação com o clube e boa relação com os dirigentes (e, certamente, a redução do salário) facilitaram o acerto. Outro que se fala nos Aflitos é Kieza. Mas nada certo.
Pela Ilha do Retiro, basta falar no nome de Diego Souza que a torcida se anima. É incrível. Mesmo andando em campo, vestindo a camisa do Botafogo e com o salário altíssimo, os rubro-negros o querem. A diretoria do Sport está alerta: pode até aceitar a sua volta, mas teria que ajustar o salário para a realidade do clube. Pela bola que jogou, sinceramente, tem que reduzir bastante. O caso de Rithely é diferente. O volante tem vínculo com o Sport e, como não fica no Inter-RS, tem que se reapresentar na Ilha. Fica? Depende das cifras. E também do comprometimento… Será que o volante tem vontade de jogar novamente no clube? Na sua última temporada no clube, ficou desgastado. Vai voltar “pianinho” ou com toda banca?
No Santa Cruz, muitas vezes, as caras conhecidas voltam porque o Santa Cruz deve dinheiro. Não que isso não aconteça com Sport e Náutico. Mas no Tricolor, a reincidência é grande. A situação financeira do clube é difícil. Tem jogador que retorna com a promessa de receber o que não foi pago. Há também aqueles que não se encaixou no mercado e, mesmo sabendo da situação do Santa Cruz, encara o desafio de… “se formos campões, a gente recebe”. Não sei se isso deve acontecer em 2020. Afinal, o Tricolor contrato um treinador (Itamar Schulle) que conhece o mercado e Série C.
Contratação sempre foi um risco. Não é porque deu certo uma vez que dará certo na segunda ou terceira contratação. E mesmo que esse atleta não tenha passado aqui, mas que se destacou em outro estado, não significa que ele terá o mesmo desempenho. Lembro do que Sport contratando a dupla Lúcio e Rinaldo, em 2005, que foram destaques do Fortaleza, no ano anterior. Na Ilha, nada jogaram. Para mim, além do fator técnica e condicionamento físico, há algo que poucos observam: comprometimento com o clube e o elenco.