Todo dirigente de futebol deveria pensar na modernidade do seu clube. Pelo menos é assim que reza a cartilha na Europa. Assim deveria ser no Brasil. Mas nem sempre é assim. No Recife, a situação é ainda mais complicada. Principalmente, no Santa Cruz, onde retroagir parece ser a meta.
Essa discussão em torno do adiamento ou não da eleição do clube coral é tão surreal que dói o juízo. Está prevista para o final do ano. Mas há quem defenda o adiamento. Justificando que a pandemia atrapalhou uma gestão. Paraê, meu camarada! Isso não existe. Desculpa sem sentido.
Por outro lado, o estatuto do Santa Cruz é tão antigo quanto o clube. Uma revisão, renovação, mudança, seja lá o que for, é vital para que um novo horizonte seja vislumbrado. Mas há quem não queira. Só pode ser para manter a absurda divisão no Arruda.
O clube não tem vice-presidências. Tem poderes. Executivo, patrimonial e deliberativo. Cada um independente do outro. As ações são tomadas do patrimônio e deliberativo são tomadas sem que o sem que o mandatário, no caso Constantino Júnior, tenha poder de decisão. Como é que se defende isso nos dias de hoje, hein?!
Eu fico observando Constantino nisso tudo. É um cara que tem história no Santa Cruz, seja como mascote, torcedor, conselheiro, diretor e agora presidente. Jovem, bem relacionado e de boas ideias. Mas parece engessado nesse modelo de regime coral. Até porque, quem tá nos bastidores são figura graúdas, que tem influência no mundo social da cidade e que estão acostumados a uma realidade de miserabilidade do clube.
Ninguém aparece na mídia ou na rede social para falar uma ideia modernizada para o Santa Cruz. E nem para defender essa ideia absurda de manter o retrógrado estatuto e o adiamento da eleição. A briga fica só nos bastidores e as notícias são divulgadas pela imprensa na base do off, sem declarações de um dirigente.
É uma vergonha.