Na primeira partida da final do Campeonato Pernambucano, o Retrô se deu bem diante do Náutico, nos Aflitos. Venceu por 1×0, gol de Guilherme Paraíba, e conquistou a vantagem de jogar pelo empate, na segunda partida, na Arena de Pernambuco, para levantar o título. Mas a preocupação da torcida alvirrubra vai além do título. O futebol que o Náutico apresenta é pífio ofensivamente. O time não marca gols há cinco partidas (e não vence há seis jogos). E defensivamente, é desorganizado. Então, qual será o futuro do Timbu na disputa da Série B? A dor alvirrubra é dupla, amigos. Afinal, o medo de um rebaixamento à Terceirona existe. Afinal, o primeiro semestre está indo embora e o Náutico não mostra um futebol convincente. Na Fênix, tudo é o céu.
Bom, antes de falar do aspecto geral, vamos ao jogo.
Com a estreia de Roberto Fernandes, esperava-se um Náutico diferente dos últimos jogos. E o Timbu cumpriu o que se previa. Mais ousado, com os laterais, Hereda e Júnior Tavares, buscando o ataque, o time alvirrubro foi para cima do Retrô sem medo de ser feliz. E o domínio praticamente completo. O problema estava no setor de ataque, em que a bola parece queimar nos pés dos atacantes. O Retrô que foi a campo com a proposta de se defender, conseguia neutralizar as jogadas. As oportunidades do Náutico são fruto de chutes de fora da área e cruzamento na área. Foi assim que o Timbu fez o goleiro Jean trabalhar.
É bem verdade que o Retrô não teve a postura das partidas anteriores. Foi um time mais cauteloso. Fez uma marcação individual no meia alvirrubro Jean Carlos, atuou com as linhas baixas e procurava sempre valorizar a posse de bola. Poucas foram as chances criadas pela Fênix no primeiro tempo da partida.
No segundo tempo, o Náutico aumentou o ritmo. Foi para cima logo nos primeiros minutos e goleiro Jean seguiu trabalhando firme. Seguro, com bom senso de colocação, foi a peça vital do Retrô para evitar que o Náutico abrisse o placar. Com o Náutico intenso, buscando o ataque o tempo inteiro, a defesa ficou mais exposta.
E a proposta da Fênix de jogar por uma bola funcionou. Primeiro foi Renato que cabeceou e Lucas Perri fez uma grande defesa. No lance seguinte, não teve jeito. Bola levantada na área no segundo pau. Toque de cabeça para o meio da área e Guilherme Paraíba desviou para o gol. Tudo isso com o sistema defensivo do Náutico assistindo a bola ir de um lado para o outro.
A partir daquele momento, foi pressão do Náutico de todas as formas. Pela direita, pelo meio, cobrança de faltas, escanteios. E nada de gol. Foi então que Boris, o cachorro da PM, resolveu entrar em campo para ser a atração. Que situação, hein? Foram oito minutos de acréscimos, com o Timbu martelando e o Retrô fechado.
A vitória por 1×0 mostra que o Retrô tem um time, além de entrosado, bem montado. Não jogou um futebol vistoso, mas entrou em campo sabendo o que precisava fazer. Jogou para empatar e acabou vencendo. Agora, joga pelo empate no segundo jogo, na Arena de Pernambuco, para conquistar o título estadual e fazer história.
E o Náutico? Como escrevi acima, o futebol não tem criatividade. A mudança de postura se deveu ao fato da estreia de Roberto Fernandes e, principalmente, porque a partida é decisiva. Mas diante de um Retrô encolhido, o Timbu não balançou as redes. A bola parece queimar nos pés dos atacantes. Jean Carlos, por mais boa vontade que teve em campo, segue sem inspiração. E Kieza, referência no ataque, é peça nula.
O Retrô tem a vantagem, mas nada está definido. O Náutico precisa vencer por dois gols de diferença para levantar o título na Arena de Pernambuco. Em caso de uma vitória simples, por um gol de diferença, o campeão será conhecido nas cobranças de pênalti.
Mas para isso, o Náutico precisa mudar e muito para superar a Fênix que está com todo gás.