Foto: Tiago Caldas/Assessoria do Náutico
O Náutico pisou no gramado dos Aflitos com aquela angustiante necessidade de vencer na Série B. E, na noite desta sexta-feira, diante do CSA-AL, uma equipe que está na parte de baixo da tabela de classificação da disputa, havia uma boa oportunidade de conquistar os três pontos e respirar mais aliviado para os próximos duelos. No entanto, mais uma vez, o Timbu voltou a não jogar bem: desatento na defesa, lento na transição e displicente no ataque. Oscilando bastante durante os 90 minutos. E o placar de 1×1, no final da partida, acabou sendo aquele alívio danado.
Por mais que o técnico Roberto Fernandes defenda que o Náutico tenha assumido uma postura ofensiva em campo, mas não se viu isso na prática, especialmente no primeiro tempo. O CSA , que por sua vez chegou no Recife com a proposta, inicialmente, de se fechar para só ir ao ataque na boa, encontrou espaços para trabalhar a bola sem dificuldade. Toque de bolas curtos, objetivos e lucidez. Por isso chegava com certa facilidade e oferecia trabalho para Lucas Perri, que fez grandes defesas.
Mas não deu para segurar o arremate de Giva Santos, aos 24 minutos do primeiro tempo. E é impressionante o desligamento da defesa do Náutico em jogadas aéreas. A bola vai para um lado e para o outro e ninguém afasta. Giva pegou a bola entre três atletas do Timbu e mandou no canto de Perri. CSA em vantagem no placar de forma merecida, tamanha era a superioridade do time alagoano.
O Náutico acordou depois do gol. Mas sob o aspecto de organização tática. Os alvirrubros se ajustaram melhor em campo, especialmente no setor defensivo. A marcação ficou mais adiantada no meio e Jean Carlos passou a aparecer mais. O time passou a atuar mais à frente e, enfim, teve duas boas chances de empatar o jogo. Mas foi pouco para quem esperava uma reação.
No segundo tempo, a partida ficou mais equilibrada e oscilava quem estava melhor na partida. Em um momento, o CSA imprimia um ritmo forte e conseguia atacar. Em outros, o Náutico teve chances de empatar o placar. E nos minutos finais, Jean Carlos perdeu uma chance incrível, ao roubar uma bola, driblar o goleiro e chutar em cima do zagueiro, diante da trave escancarada.
A verdade é que o Timbu apresentou uma melhora na segunda etapa. Passou a ter mais atitude para buscar o gol. Mas não foi de forma organizada. O Náutico reagiu na raça, na vontade. E ainda com essa melhoria, viu o goleiro Lucas Perri trabalhar bastante. Aos 22 minutos, o camisa 1 do Timbu fez uma defesa importante num chute de Felipe Augusto. Antes disso, o Náutico havia perdido Bryan, que saiu machucado. Victor Ferraz entrou e voltou a mostrar que merece vaga de titular no time. Experiente, deu mais movimentação ofensiva ao time. E aos 39 minutos, foi de sua cabeçada que surgiu o gol salvador.
A torcida do Náutico saiu dos Aflitos aliviada, mas com medo. Mais uma vez, mesmo numa partida com um público pequeno (pouco mais de 4 mil torcedores), houve confusão entre torcedores nas ruas adjacentes dos Aflitos. Pedras arremessadas de fora para dentro do estádio. Bombas de efeito moral. Spray de pimenta. Isso é futebol ou é guerra? Um absurdo.