As fortes chuvas que alagaram toda capital Pernambucana também deixaram estragos na Ilha do Retiro, onde o Sport enfrentaria o CRB-AL, na noite da segunda-feira, pela Série B do Campeonato Brasileiro. A partida foi adiada. Nada mais justo.
O que não entendo é o protocolo para tomar uma decisão tão óbvia como a que foi tomada. As chuvas castigaram a capital pernambucana no meio da tarde. O gramado da Ilha do Retiro já dava sinais de que não teria condições de jogo desde cedo.
Mas a arbitragem fez toda cerimônia como se nada tivesse acontecendo na cidade. Jogadores aqueceram antes do jogo, voltaram para o vestiário, entraram de volta, fizeram o cara e coroa… Na hora do jogo começar, para tudo. Agora, vamos esperar para ver se o tempo melhora… Ah, tenha santa paciência.
Enquanto isso, o torcedor, apaixonado como sempre, louco para ver o time jogar, enfrenta até chuva de canivete para ir ao estádio. E estava lá, presente, mantendo a fé de que o jogo iria acontecer.
Bom senso esquecido. Torcedor esquecido. E o clube exposto a uma situação que não precisava protagonizar.
Enquanto a novela se definia, acabei aceitando o convite do meu amigo Maciel Júnior para fazer uma live no Instagram. Discutimos a situação, mas também conversamos sobre a forma como os clubes recebem o torcedor. A condição, independente de chuva, é zero. É um desmantelo só. E todos, eu digo todos, são responsáveis por isso.
Se querem um evento organizado e seguro, precisam dar as mãos clubes, federações, Governo do Estado, Polícia Militar e tantas outras instituições, trabalhando como um corpo só. Sem essa de apontar culpados por determinado erro. Todos tem que se cobrar, trabalhando em prol de um bem, que é o futebol.
Outro ponto que volto a repetir: trabalhar a reeducação da ida para o estádio do futebol. Encontrar uma nova forma de ir e vir, garantir mais conforto e segurança. Educar, prevenir e punir quem age errado. Tem que ser um trabalho gradativo, de conscientização, que tem nos formadores de opinião (jornalistas, agências de publicidades, influencers), papel importante.
Precisamos falar menos e agir mais.
O futebol clama pelo primeiro passo.