O Santa Cruz conseguiu a classificação à próxima fase da Série D do Campeonato Brasileiro se arrastando. A partida contra o Lagarto foi uma resumo do que vive o Tricolor. O time entra em campo nervoso, toma um gol nos minutos iniciais, entra em parafuso, recebe o incentivo da torcida e, na base do ‘vamos que vamos’ consegue o empate só Deus sabe como. O 1×1 foi o suficiente para o torcedor comemorar a classificação. Mas a realidade do Tricolor preocupa e muito.
Ao final da partida, o lateral-direito Edson Ratinho concedeu uma entrevista à imprensa pesada que já vem se repetindo há algum tempo. Num resumo rápido, o atleta descascou a diretoria, afirmando que os atletas estão abandonados. Que o papel de cobrança dos dirigentes não é feito porque estão devendo salário.
Não é novidade acontecer entrevistas bombásticas, em tom de desabafo. O técnico Alexandre Gallo fez isso no ano passado, na sua curta passagem pelo clube. Recentemente foi a vez de Leston Júnior, que jogou tudo que se pode imaginar no ventilador, tornando insustentável sua permanência no clube (sempre tive a impressão que Leston fez o que fez sabendo que seria demitido). Agora, Ratinho.
Sobre as palavras de Edson Ratinho, o presidente Antônio Luiz Neto minimizou tudo. Disse que o trabalho está sendo feito da melhor maneira e que o clube merece respeito.
O Santa Cruz dividido em um mundo paralelo, uma distopia sem fim. De um lado, uma realidade exposta por quem não suporta a falta organização do clube (para dizer o mínimo). Do outro, quem comanda e acha que tudo será céu de brigadeiro quando os resultados acontecerem, independente do que que é feito (ou não) fora de campo.