O Náutico demitiu, na noite deste sábado, o técnico Elano. A demissão ocorreu quase 24 horas depois que o Timbu pregou mais um vexame diante da sua torcida, quando foi derrotado, virada pelo Vila Nova, por 2×1. O time alvirrubro terá, em breve, o quinto técnico na temporada. Nessa pisadinha, já já o Náutico bate o recorde de um técnico por mês. A porta da Série C está escancarada. E o Timbu em queda livre para passar por ela.
A demissão de Elano não surpreende porque o treinador parece que ainda está se encontrando na profissão. Portanto, o erro está no Náutico que não mostrou, na temporada, ter critério algum para contratar treinador. Teve gente de todos os perfis. Os elétricos Roberto Fernandes e Hélios dos Anjos passaram por lá e não deram certo. Assim como o pacato Felipe Conceição. A escolha por Elano foi medonha (para dizer o mínimo) porque não se aposta em técnico iniciante para sair de uma crise, para se livrar da degola. Elano não tinha convicção do time que coloca em campo. Nem para fazer mudanças durante a partida.
E mesmo com tantos perfis passando pelos Aflitos e nada dando certo já mostra-se que o erro não está apenas em quem comanda em quem comanda o time na beira do gramado. Passa pelo time que é de baixíssimo nível técnico. A defesa, uma peneira. O meio campo desarticulado. O ataque… cardíaco. O Náutico conseguiu a façanha de contratar um monte de atacantes e nenhum se firmou na equipe.
Mas a crise alvirrubra tem um buraco que parece não ter fundo. O cenário político é caótico. Rachou o clube em várias ilhas. E não há nem frágeis pontes que possam ligar uma a outra. Ou vocês esqueceram como foi o processo eleitoral no Timbu? E os escândalos que envolveu até uma ex-funcionária do clube que denunciou dirigentes de assédio sexual? Pouco se falou em ideias, em projetos… Só confusão. Diógenes Braga assumiu o clubes só com o seu grupo. Mas o poder está todo em suas mãos. Não vi e não vejo ninguém no Náutico tomando para si decisões, escolhas. Tudo está nas mãos de Braga. Portanto, a crise, o provável rebaixamento pesa nas suas costas.
É lastimável que não exista indignação dos alvirrubros, a não ser por parte da torcida, que mesmo vendo o time afundando, tem comparecido e incentivado (até onde a paciência pode chegar) o time nos jogos. Mas as grandes lideranças que conheci no Náutico não mais passam pela avenida Rosa e Silva. E cadê a oposição que fez tanto barulho na eleição que não fala nada? Não estou dizendo aqui que tem que fazer caça à bruxas, apontar culpados ou atirar pedras. Mas apontar caminhos, ideias…. Deixar de lado as rusgas e abraçar o clube. Mesmo que o rebaixamento seja algo irreversível, é o futuro do Náutico que está na alça de mira. E, pelo visto, ninguém está nem aí.
A derrota para o Vila Nova, nos Aflitos, foi um dos maiores vexames que eu vi nos últimos anos. O esporro que Jean Carlos deu em Elano durante a partida mostra muito bem como está o clima nos Aflitos. Uma vergonha. O maqueiro reclamando da arbitragem pela não marcação de um pênalti…Que bagunça, gente! Que desespero. Aliás, o lance foi pênalti mesmo. Não dá para entender como não se marca. E como o árbitro não foi checar o VAR? Mas, sendo ou não pênalti, um time que leva um gol de cabeça após o arremesso lateral, sinceramente, não merece vencer. É inadmissível levar gol de lateral. E essa defesa do Timbu é craque nisso. Ah, ia esquecendo… o Vila Nova só venceu três vezes na Série B. Duas delas contra o Náutico. É lá e lô de dominó!
Mas a derrota para o time goiano é o chantilly do Nescafé que é essa campanha do Timbu. O virtual rebaixamento do Náutico à Série C vem se desenhando desde o início da temporada, que foi maquiada de sucesso pela conquista arrastada do título estadual. Tudo que acontece agora não é fruto do acaso. O próprio clube plantou tudo isso. E está colhendo. O pior é saber que o rebaixamento à Série C é de menos. Podem acreditar. Pois o cenário político é o pior possível. Sendo assim, como reerguer? Quem será capaz de assumir o clube e iniciar uma reconstrução?