A derrota para a Croácia, nos pênaltis, e que ocasionou a eliminação do Brasil na Copa do Mundo 2022, ainda rende muitos assuntos. O principal deles, no momento, é a expectativa em torno de quem vai assumir o comando da canarinha no lugar de Tite. Rumores de estrangeiro assumindo a seleção. E no Brasil, Fernando Diniz, Mano Menezes, Dorival Júnior…. O chato aqui não aprecia nenhum deles. Duvido que a CBF traga gente de fora. Mas torço por Abel Ferreira, que pelo trabalho vitorioso no Palmeiras, já virou um técnico brasileiro.
Essa discussão em torno do comando técnico é natural porque, claro, a seleção precisa de um treinador. Mas o problema do futebol brasileiro está na mentalidade em que se enxerga o trabalho na seleção. E, principalmente, de quem faz a seleção. Não se faz futebol apenas com tradição, camisa, teorias, blábláblá, ufanismo, oba-oba. Se faz futebol jogando futebol, ué. É bem óbvio isso. Mas parece que no Brasil isso passa ao largo. Não acreditava no hexacampeonato por um simples motivo: a ilusão de uma seleção com casca grossa para Copa do Mundo.
Copa é diferente de qualquer competição. É o Oscar do futebol. Não é todo mundo que está preparado para isso. E poucos no Brasil estão. Não digo pela questão técnica, porque , realmente, todos os convocados mostram um bom futebol nos seus clubes e também nas partidas amistosas da seleção. Mas para uma Copa do Mundo não basta. É preciso foco, estar preparado emocionalmente, psicologicamente. No País do Futebol, a sequencia de vitória do Brasil de Tite dava a certeza de títulos para a mídia. Eu via a seleção pouco preparada, pois via a seleção enfrentando adversários de qualidade duvidosa.
O senso crítico vai para o espaço a cada vitória acachapante contra adversários fragilizados. Vou pegar como exemplo o duelo contra a Coréia do Sul, pelas oitavas da Copa do Mundo. Um sonoro 4×1 sobre um adversário que abriu mão da marcação. Frágil como vidraça, foi tomando um sacode. E, mesmo assim, fez um gol. A seleção virou máquina para todos. Não vejo autocrítica e não vejo no elenco atletas que batam no peito e digam: “me dá a bola que eu resolvo”.
Quando a seleção foi ao ataque nos minutos finais da prorrogação contra a Croácia, imaginei Dunga dando esporro como em 94, quando deu uma bronca no veterano Bebeto. Mas quem na atual seleção tem esse perfil? Neymar ainda reclamou do sistema defensivo. Porém, na hora errada: depois do gol sofrido.
Na live que fiz no meu canal do Youtube, larguei mão do roteiro e de temas variados. Foquei no fiasco da seleção brasileira em mais uma Copa do Mundo. Estamos diante de uma geração que tem muita qualidade, mas que esbarra nessa forma de olhar o torneio como se fosse um campeonato estadual, onde se perde o foco por bobagens.
Convidei a psicóloga do Sport, Rosângela Vieira, para falar da psicologia esportiva, do trabalho sério que está fazendo no clube rubro-negro, e também do resultado da seleção na Copa. O Leão é um dos poucos clubes que demonstram cuidados com a saúde mental dos atletas, mostrando que é preciso cuidar da evolução profissional desde a sua formação.
Confere o papo abaixo: