Nessa Série C, o Náutico tem sofrido para vencer nos Aflitos. Por mais vontade que o time possa mostrar em campo. Por mais que a torcida incentive à equipe, não tá sendo fácil furar as retrancas adversárias. Contra o Treze-PB, o Náutico entrou em campo querendo esquecer esse retrospecto. Contou com o apoio da torcida, que foi em bom número graças a uma promoção de ingressos feita pela diretoria. E o que se viu foi uma equipe ansiosa em campo, mas que não desistiu do seu objetivo. Foi premiada com a vitória por 1×0, que valeu o ingresso no G-4 da Série C.
O técnico Gilmar Dal Pozzo mandou a campo um Timbu bastante ofensivo. Wallace Pernambucano, Paulinho e Thiago se movimentando na frente, enquanto William Simões se entendiam bem pelo lado esquerdo, dando muito volume de jogo naquele setor. Na direita, Hereda fazia bem o seu papel. O que o Náutico estava precisando nos minutos iniciais de partida era mais tranquilidade. O Treze se fechou, bloqueou a frente da área e os jogadores do Náutico tentavam abrir a todo custo.
Jéferson Nem se destacou. Para o bem e para o mal. Impressionante como se movimentou bem. Deu velocidade no ataque alvirrubro, ajudou a marcação e ainda participou das construção ofensiva. No entanto, no primeiro tempo, as três chances claras que o Náutico teve saíram dos seus pés. E ele perdeu as três. Numa delas, chutou da entrada da grande área, sem goleiro. Mandou para fora. A torcida até ensaiou uma vaia, o que seria uma injustiça, pois ele tava bem na partida
Pelo lado do Treze, a falta de qualidade é incrível. Só me chamou a atenção foi o atacante Cesinha, que com velocidade e lucidez, levava o time paraibano ao ataque. Mas era pouco. O Treze só teve uma chance de gol, quando numa bola cruzada, rasante, passou na boca do gol e ninguém aproveitou. Situação ficou pior quando o treinador tirou Cesinha no começo do segundo tempo. O jogador ficou P… da vida. Entrou no banco reservas xingando “pouco”.
O Náutico passou a ter mais o domínio da partida. Sem ter com quem agredir, o time paraibano encolheu. E o Timbu cresceu e quem levou o time à frente foi o atacante Tiago. Impressiona a vitalidade do garoto. Ele não para. Joga de forma intensa durante o jogo. Se tava bem no primeiro tempo, o atacante infernizou a defesa do Treze. Esteve em todos os lugares do campo. É um veterano (pela boa visão de jogo e técnica) com fôlego de garoto (que de fato é). Mas faltava um peça importante: alguém de área que finalizasse bem.
Alguns podem afirmar: Wallace Pernambucano é esse finalizador. Não o vejo assim. Em boa fase, eu via Wallace com um meia de muita força, que conduzia a bola para entrar de frente para o gol. Como atacante, passou a ser mais visado. Está bem marcado. E em má fase, não está conseguindo fazer os gols. Dal Pozzo resolveu fazer a mudança: tirou Wallace e colocou Rafael Oliveira. E na sua primeira aparição, aproveitou bem o cruzamento da esquerda para fazer o gol da vitória.
O Náutico fez o seu dever de casa num momento importante. Vencer o Treze-PB era vital. Afasta a desconfiança. Abre boa perspectiva para os próximos jogos. A sequência alvirrubra até a final da fase classificatória: Confiança (C), Globo (F), Sampaio Correia (C), Botafogo (F) e Santa Cruz (C). Uma sequência que dá para o Náutico conseguir os pontos suficientes para a classificação.